Adolfo “Shabba-Doo” Quiñones (1955 – 2020)

O pioneiro da breakdancing Adolfo “Shabba-Doo” Quiñones morreu nesta quarta (30/12) em Los Angeles, aos 65 anos, um dia depois de postar uma foto convalescendo de uma suposta gripe e comemorando ter […]

Divulgação/MGM

O pioneiro da breakdancing Adolfo “Shabba-Doo” Quiñones morreu nesta quarta (30/12) em Los Angeles, aos 65 anos, um dia depois de postar uma foto convalescendo de uma suposta gripe e comemorando ter testado negativo para covid-19. Segundo seu empresário, “isso abre todos os tipos de perguntas”.

Dançarino, coreógrafo e ator, Quiñones chegou a ser chamado de “o primeiro ídolo do hip-hop” pela revista Dance. Ele ajudou a popularizar a dança de rua ao viver Ozone nos dois filmes da franquia “Breakin'”, lançados em 1984.

“’Breakin” foi mais do que apenas um filme de dança, ele lançou uma revolução cultural”, ele apontou em uma entrevista em 2014.

Criado em um conjunto habitacional em Chicago, Quiñones foi membro fundador da famosa trupe de dança de rua The Lockers e apareceu com outros membros, incluindo Fred Berry e a famosa Toni Basil (do hit “Hey Micky”), de forma pioneira no programa “Saturday Night Live” em 1975 – quatro anos antes do primeiro rap ser gravado e a palavra hip-hop existir no vocabulário pop.

Filho de pai porto-riquenho e mãe afro-americana, ele conta que começou a dançar funk e música latina simultaneamente, quando ainda era criança, o que influenciou seu estilo pioneiro. “Quando eu tinha três ou quatro anos, costumava dançar para minha família em festas e feriados”, disse na entrevista de 2014. “Eu cresci em uma família mista… então eu ouvia James Brown, Aretha Franklin e Tito Puente, todos no mesmo momento.”

Quiñones deu seus primeiros passos no grupo de dançarinos do programa musical televisivo “Soul Train”, no começo dos anos 1970. Mas após aparecer no “SNL”, ele e seus companheiros dos Lockers foram catapultados ao estrelato, chegando a servir de aquecimento para um show de Frank Sinatra no Carnegie Hall e a apresentar um prêmio no Grammy, junto com Aretha Franklin.

Logo, Quiñones começou a se destacar individualmente. Ele foi coprotagonista de um especial de hip-hop do “Soul Train”, em 1981, e um dos personagens do documentário “Breakin’ ‘N’ Enterin'” (1984), ao mesmo tempo em que iniciava sua carreira cinematográfica. Como dançarino, apareceu no musical “Xanadu” (1980), ao lado de Olivia Newton-John, em “Tango & Cash” (1989) e até em “Lambada: O Filme” (1990), e, durante sua fase mais popular, excursionou com Madonna como dançarino principal da turnê “Who’s That Girl?”, de 1987, além de ter coreografado vários vídeos da cantora no período.

Suas performances o levaram a trabalhar com Chaka Khan, Lionel Richie e Luther Vandross, entre outros, e ele ainda coreografou a apresentação do Three 6 Mafia no Oscar de 2006, quando o grupo de rap venceu o Oscar de Melhor Canção Original por “It’s Hard Out Here for a Pimp”, do filme “Ritmo de um Sonho”.

Ele teve até seu próprio programa na MTV, “Blowin’ Up”, ao lado de Jamie Kennedy (do filme “Pânico”).

Outra de suas realizações foi ser aceito como diretor do American Film Institute – Quiñones não tinha o diploma de bacharel exigido, mas sua carreira de dança contou como crédito.

Depois de dançar na frente das câmeras, ele decidiu passar para os bastidores, tornando-se diretor e roteirista com o musical “Rave, Dancing to a Different Beat”, lançado nos cinemas em 1993 pela New Line.

Quiñones ainda escreveu um livro de memórias, que adaptou para as telas com o formato de documentário. Ele roteirizou, dirigiu e prestou depoimentos para “The Kings of Crenshaw”, filme de 2017 sobre a era de ouro do break em Los Angeles.

Veja abaixo uma montagem com diversas fases da carreira do mestre Shabba-Doo.