Leila Cravo (1953 – 2020)

A atriz Leila Cravo, símbolo sexual dos anos 1970 que estrelou pornochanchadas, novelas e apresentou o “Fantástico”, morreu esquecida em 5 de agosto passado, aos 66 anos, após ser levada com dores […]

Divulgação/TV Record

A atriz Leila Cravo, símbolo sexual dos anos 1970 que estrelou pornochanchadas, novelas e apresentou o “Fantástico”, morreu esquecida em 5 de agosto passado, aos 66 anos, após ser levada com dores a um hospital do Rio de Janeiro.

Ela foi uma das estrelas que mais estampou capas de revistas na década de 1970, mas acabou se tornando mais lembrada devido um escândalo.

Ainda iniciante, Leila começou sua carreira na Globo após estrelar a pornochanchada “Uma Pantera em Minha Cama” (1971), escalada pelo diretor Walter Avancini num pequeno papel na novela “O Semideus” (1973). No ano seguinte, deslanchou ao coadjuvar em “Corrida do Ouro” (1974). Também apareceu nos filmes “Relatório de um Homem Casado” e “Brutos Inocentes”. E, aos 21 anos, tinha se tornado apresentadora do “Fantástico”.

Então, um caso misterioso e brutal aconteceu no motel Vip’s, no Rio de Janeiro, que lhe afetou pelo resto da vida.

A artista foi encontrada nua e estatelada na rua em 1975, após cair da suíte presidencial do estabelecimento, a 18 metros de altura, com um bilhete para o amante na mão. Ela sobreviveu, mas teve politraumatismo craniano e passou 13 dias em coma. Apesar da queda, ficou com poucas marcas no corpo. Passou décadas sem contar o que realmente aconteceu e o acidente nunca foi devidamente investigado.

Leila chegou a citar o caso em seu livro “Passagem Secreta”, de 1979, mas de forma metafórica. Ela se referia a um “milagre”, por ter sobrevivido.

Mas só recentemente, em entrevista para a TV Record, decidiu revelar que tinha escapado de um complô para matá-la. Ela teria sido jogada do quarto por alguém poderoso – um Ministro da ditadura militar, que a estuprou e a espancou com mais dois homens (um deles, seu amante, que a levou ao local) e tentou esconder o crime com um suicídio encenado.

Ao retomar a atividade, ela emplacou mais três filmes, “Tem Alguém na Minha Cama” (1976), “Quem é o Pai da Criança?” (1976) e “Empregada Para Todo o Serviço” (1977), lançado no ano em que posou para a revista Playboy. Ela estava no auge quando fez em sequência duas novelas de sucesso, “Te Contei?” e “Sinal de Alerta” (ambas de 1978), e então sua carreira acabou.

Ela se mudou para o Paraná e após aparecer num programa infantil de uma afiliada da TV Bandeirantes em Cascavel, saiu dos holofotes para uma vida mais calma, da qual deixa a filha Tathiana, de 38 anos, e a neta Ana Julia, de 11.