O diretor Dan Reed decidiu filmar uma sequência do seu documentário “Deixando Neverland”, em que pretende mostrar as batalhas legais de Wade Robson e James Safechuck, os dois acusadores de Michael Jackson que deram seus depoimentos para seu filme.
Ambos alegam que Jackson cometeu abuso sexual contra eles quando eram menores de idade, e processam a MJJ Productions e a MJJ Ventures, que administram o legado do cantor, para tentar ganhar algum reconhecimento de culpa.
Paralelamente, os responsáveis pelo legado de Jackson querem impedir a produção dessa continuação, processando o diretor e sua companhia de produção, a Amos Pictures. Os advogados também querem que o juiz obrigue Reed a testemunhar em julgamento e entregar documentos de produção do filme.
O diretor rebateu a tentativa de processo com uma moção alegando que ele e sua companhia não são baseados nos EUA, e sim no Reino Unido, além de dizer que não tem nenhuma afiliação pessoal com Safechuck e Robson, que não foram pagos para aparecer nos filmes.
O canal britânico Channel 4, que está apoiando a produção do documentário, acrescentou que o novo filme buscará abordar as ramificações legais do caso de todos os ângulos, inclusive o da defesa de Jackson.
O diretor anexou à sua moção cópias de e-mails entre ele e Howard Weitzman, o principal advogado do legado de Jackson no caso. Weitzman chegou a ter uma reunião com os produtores, mas acabou recusando-se a aparecer no filme.
O caso da MJJ Productions contra Reed chegará a julgamento em abril de 2021. Já o caso de Safechuck foi rejeitado por um juiz ontem, e o acusador de Jackson prepara recurso. A demanda de Robson, por sua vez, deve chegar aos tribunais só em junho do ano que vem.
A continuação de “Deixando Neverland” não tem data de estreia definida e nem a HBO, que exibiu o primeiro filme em todo o mundo (inclusive no Brasil), ainda não fechou acordo para fazer o mesmo com a sequência.
Além de dar o que falar, “Deixando Neverland” venceu o prêmio Emmy de Melhor Documentário e um BAFTA de melhor série factual.