Chamar Jair Bolsonaro de mentiroso não é mais injúria, após a condenação do presidente nesta segunda (21/9) por divulgar mentiras nas redes sociais.
Bolsonaro foi condenado pela juíza Maria Cristina de Brito Lima, da 4ª Vara Empresarial do Rio, pela publicação de um post no Twitter em que usou imagens do documentário “O Processo”, da diretora Maria Augusta Ramos, para espalhar fake news.
Publicado em 13 de julho de 2019, o post trazia uma cena do filme sobre o impeachment de Dilma Rousseff, que Bolsonaro chamou de vídeo “vazado”, sugerindo tratar-se de um encontro do chamado “Foro de São Paulo” em Caracas, na Venezuela. Na verdade, o trecho mostrava uma reunião da bancada do PT, em Brasília.
“Esse vídeo não vazou por acaso. Nele nunca se viu tantas pessoas do mal, inimigas da democracia e liberdade, juntas. É O JOGO DO PODER. A vitimização do PT é uma das últimas cartas do Foro de São Paulo em Caracas/Venezuela (24 a 28/julho)”, afirmou o presidente.
Maria Augusta Ramos acionou a justiça diante da desfaçatez.
A sentença saiu nesta segunda (21/9). A juíza condenou Bolsonaro a pagar as custas processuais e os honorários advocatícios da cineasta, proibiu o presidente de utilizar qualquer obra da diretora, integral ou parcialmente sem autorização, sob pena de multa diária por utilização indevida de R$ 10 mil, e deu prazo de 24 horas para que o Twitter retire do ar a postagem. Caso o vídeo continue no ar, o Twitter pode responder por danos morais. Além disso, a multa será cobrada do presidente.
Por enquanto, o vídeo permanece vinculado ao perfil de Bolsonaro, como se pode ver abaixo (se não puder ver, ele foi retirado).
– Esse vídeo não vazou por acaso. Nele nunca se viu tantas pessoas do mal, inimigas da democracia e liberdade, juntas. É O JOGO DO PODER. A vitimização do PT é uma das últimas cartas do Foro de São Paulo em Caracas/Venezuela (24 a 28/julho). pic.twitter.com/PiiuUv2GJg
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) July 13, 2019