Joe Ruby (1933 – 2020)

Joe Ruby, o veterano da animação que co-criou o personagem Scooby-Doo, morreu na quarta-feira (26/8) em sua casa em Los Angeles, aos 87 anos. Quatro vezes indicado ao Emmy, Joseph Clemens Ruby […]

Divulgação/Hanna-Barebera

Joe Ruby, o veterano da animação que co-criou o personagem Scooby-Doo, morreu na quarta-feira (26/8) em sua casa em Los Angeles, aos 87 anos.

Quatro vezes indicado ao Emmy, Joseph Clemens Ruby começou a carreira desenhando quadrinhos e se tornou animador no Walt Disney Studios. Mas ele achava que animar desenhos dava muito trabalho, então aceitou virar editor e escrever episódios no então nascente estúdio Hanna-Barbera, fundado em 1959 com o projeto pioneiro de fazer desenhos exclusivamente para a TV. Assim, trabalhou em “Zé Colmeia”, “Manda-Chuva”, “Os Flintstones” e “Os Jetsons”, entre outras séries clássicas.

O artista conheceu seu parceiro na criação de Scooby-Doo, Ken Spears, quando ambos trabalhavam como editores e escritores da equipe da Hanna-Barbera, assinando histórias de “Space Ghost”, “A Turma da Gatolândia” e “Os Apuros de Penélope Charmosa”.

Foi deles a ideia de criar um programa sobrenatural para crianças, que girava em torno de um cachorro dinamarquês falante e seus amigos caçadores de mistérios. Dos 25 episódios da 1ª temporada de “Scooby-Doo, Cadê Você?”, lançados em 1969, apenas quatro não foram concebidos pela dupla.

O sucesso do desenho foi tanto que, logo em seguida, o então presidente da programação infantil da CBS, Fred Silverman, contratou Ruby e Spears para supervisionarem a programação de desenhos animados da rede nas manhãs de sábado. Eles repetiram o trabalho também na ABC, quando o executivo mudou de canal, em 1975.

Paralelamente, escreveram diversos episódios de “Josie e as Gatinhas”, “Fantasminha Legal”, “O Urso do Cabelo Duro” e criaram alguns dos desenhos mais famosos da Hanna-Barbera, como “Capitão Caverna e as Panterinhas”, “Dinamite, o Bionicão” e “Tutubarão”.

Na segunda metade dos anos 1970, fundaram sua própria produtora, a Ruby-Spears Productions que também lançou séries live-action, como “Se meu Buggy Falasse” (Wonderbug), “O Menino Selvagem” (Bigfoot and Wildboy) e “Electra Woman & Dyna Girl”, todas criadas pela dupla. Mas as produções não repetiram o mesmo sucesso dos desenhos e a empresa acabou comprada em 1981 pela Taft, que então era proprietária da Hanna-Barbera.

Ruby também escreveu um filme de terror, “Distorcido no Inferno” (1995), e dois anos depois ainda ajudou a criar o visual de “Johnny Bravo” para o Cartoon Network.