A Warner anunciou que “Tenet”, novo filme do diretor Christopher Nolan adiado várias vezes em razão da pandemia de covid-19, vai finalmente estrear nos cinemas de mais de 70 países a partir de 26 de agosto.
Mas os cinemas dos Estados Unidos ficarão fora desse lançamento internacional. E os do Brasil provavelmente também. Os dois países permanecem com as salas fechadas por serem os que pior lidaram com a pandemia, deixando-a se alastrar pela falta de diretrizes federais de isolamento social e campanhas de conscientização.
Apesar disso, o filme ganhou uma data para exibição posterior, limitada e em cidades selecionadas dos Estados Unidos, informou a Warner Bros. A data escolhida foi o fim de semana do feriado do Dia do Trabalho, que cai em 7 de setembro nos EUA. A data também é feriado aqui, pois, claro, é o dia da independência do Brasil.
“Tenet” teve sua estreia adiada três vezes devido a covid-19. Os primeiros atrasos foram pequenos, ressaltando uma estratégia da Warner de transformar a produção no primeiro grande lançamento pós-pandemia. De fato, o filme de Nolan é um dos títulos de grande orçamento com os quais os exibidores contam para atrair o público de volta ao parque exibidor após a paralisação mundial do setor no início deste ano.
A decisão de lançá-lo já em agosto onde for possível será um teste de estresse. Na Coreia do Sul, os cinemas estão funcionando normalmente e já renderam um blockbuster, “Invasão Zumbi 2”. Mas o país foi um dos primeiros a controlar a pandemia. A China também está em fase de reabertura de salas. Entretanto, o público europeu não tem demonstrado o mesmo entusiasmo para trocar o isolamento pela aglomeração em locais fechados.
Para piorar, as redes de cinema AMC e Cineworld não pretendem retomar seus trabalhos nos EUA antes de meados de agosto.
Vale observar que a Warner não mencionou data de lançamento em VOD para locação digital de “Tenet”, o que demonstra que todas as fichas foram colocadas na exibição cinematográfica. Isto também significa que o filme demorará a chegar aos grandes centros em que os cinemas permanecerem fechados.
O estratégia de transformar “Tenet” no filme responsável por “reabrir” os cinemas, porém, esbarra num problema criado pelo próprio marketing inicial do filme. A produção não é um título estabelecido, não tem personagens famosos, não pertence a nenhuma franquia e, graças à sua campanha enigmática, nem sequer se sabe do que diabos se trata.
A trama é até agora um mistério e a sinopse genérica não ajuda: “Armado com apenas uma palavra – Tenet – e lutando pela sobrevivência do mundo, o protagonista (John David Washington) precisa partir em uma missão dentro do mundo da espionagem internacional, que irá revelar algo além do tempo. Não é viagem no tempo. É inversão.”
O texto nem se dá ao trabalho de nomear o personagem principal. Já as situações vistas no trailer incluem balas que disparam na direção contrária dos tiros e carros que capotam de trás pra frente, numa espécie de “efeito rewind”, que questiona a linearidade do tempo e lembra que o diretor responsável é o mesmo de “A Origem” (2010) e “Interestelar” (2014).
Detalhe: em entrevistas recentes, os protagonistas disseram não ter entendido nada da história durante as filmagens.
O elenco do filme inclui John David Washington (“Infiltrado na Klan”), Robert Pattinson (“Bom Comportamento”), Elizabeth Debicki (“As Viúvas”), Clémence Poésy (“The Tunnel”), Martin Donovan (“Big Little Lies”), Aaron Taylor-Johnson (“Vingadores: Era de Ultron”) e Dimple Kapadia (“Confinados”), atriz veterana de Bollywood em seu primeiro grande papel em Hollywood, além de dois velhos conhecidos dos filmes de Nolan, Michael Caine (trilogia “Batman”) e Kenneth Branagh (“Dunkirk”).