High Life, com Robert Pattinson, encabeça dicas digitais do fim de semana

Os lançamentos desta semana nos serviços de VOD (locação digital) e/ou por assinatura de streaming estão mais caprichados que o costume. Com a impossibilidade de chegarem aos cinemas, muitos títulos de qualidade […]

Divulgação/A24

Os lançamentos desta semana nos serviços de VOD (locação digital) e/ou por assinatura de streaming estão mais caprichados que o costume. Com a impossibilidade de chegarem aos cinemas, muitos títulos de qualidade agora estreiam diretamente em plataformas digitais. É o caso de “High Life”, o grande destaque da lista.

O detalhe é que a sci-fi estrelada por Robert Pattinson (o novo Batman) não é a única obra do gênero disponibilizada neste fim de semana. Há mais duas ficções científicas de perfil de festival na relação de estreias. Elas servem tanto para entreter quanto para inspirar reflexões, características que também se estendem a várias outras opções do menu digital, repleto de filmes premiados e de lugares tão diversos quanto Índia, Finlândia, Moçambique e República Tcheca.

Confira abaixo mais informações sobre os títulos da semana (dos últimos sete dias), todos inéditos nos cinemas brasileiros – lembrando que a curadoria não inclui títulos clássicos e produções baratas que, em outros tempos, sairiam diretamente em vídeo.

High Life | França, Reino Unido | 2019

A primeira sci-fi – e primeiro filme em inglês – da celebrada cineasta francesa Claire Denis (“Bastardos” e “Minha Terra, África”) reúne Robert Pattinson (“Bom Comportamento”) e Juliette Binoche (“A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell”), imagens belíssimas e um clima de desesperança. Na trama, prisioneiros condenados à morte trocam suas sentenças por uma missão espacial suicida para colher energia perto de um buraco negro. Paralelamente, a médica da nave realiza uma experiência clandestina, testando obsessivamente a capacidade da tripulação para se reproduzir no espaço. Não demora e os prisioneiros confinados se rebelam diante de um destino sombrio que alimenta desentendimentos e descamba em violência. Premiado pela crítica no Festival de San Sebastian, tem 82% de aprovação na média do Rotten Tomatoes.

Disponível em iTunes, Google Play, Looke, Now, Vivo Play e YouTube Filmes.

Agora Estamos Sozinhos | EUA | 2018

Vencedor de um Prêmio Especial do Júri no Festival de Sundance 2018, o drama pós-apocalíptico traz Peter Dinklage (série “Game of Thrones”) e Elle Fanning (“Demônio de Neon”) como as últimas pessoas da Terra. A história se passa após uma catástrofe não identificada erradicar praticamente toda a população do mundo. Mas isso não incomoda um solitário sobrevivente, que se acha o homem mais sortudo do planeta por se livrar de todos os que o ridicularizavam, até que uma garota loirinha aparece viva na sua frente com a ameaça de sua companhia. A direção é de Reed Morano, premiada no Emmy 2017 pela série “The Handmaid’s Tale”.

Disponível em iTunes, Google Play, Looke, Now, Vivo Play e YouTube Filmes.

Submersos | Rússia | 2020

Os efeitos belíssimos são o principal atrativo desta sci-fi russa, que se passa num mundo onírico e surreal, habitado por pessoas que se encontram em coma. A trama utiliza elementos de “A Origem” e “Matrix”, e foi concebida por Nikita Argunov, um profissional de VFX que estreia na direção após produzir o filme russo de super-heróis “Os Guardiões”.

Disponível em iTunes, Google Play, Now, Sky Play, Vivo Play e YouTube Filmes.

Dogs Don’t Wear Pants | Finlândia | 2019

Premiado em várias competições internacionais de cinema fantástico e indicado a nove troféus Jussi (o Oscar finlandês), o filme de J.-P. Valkeapää (do também ótimo “They Have Escaped”) pode ser intenso demais para alguns espectadores. Mas fãs de filmes, digamos, “alternativos” já o consideram cult. A trama acompanha a relação sadomasoquista de um homem traumatizado com uma dominatrix, apresentada de forma perturbadora, mas também bem-humorada e até edificante (!), com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Disponível no Mubi.

Rede de Ódio | Polônia | 2020

Este drama polonês aborda assunto contemporâneo, que está nos noticiários atuais, inclusive no Brasil, onde muito se discute sobre um gabinete do ódio no governo Bolsonaro. A trama acompanha um jovem (Maciej Musialowski) especialista em criar campanhas de ódio nas redes sociais, que usa racismo, homofobia e xenofobia como armas para progredir na vida e, graças a este talento, começa a ganhar dinheiro com políticos. Claramente um sociopata, o personagem central aos poucos começa a levar seu comportamento agressivo para a vida real. O desenvolvimento se dá de forma lenta, mas o tema não pode ser mais urgente. O diretor Jan Komasa é o mesmo do excelente “Corpus Christi” (2019).

Disponível na Netflix.

Na Solidão da Noite | Índia | 2020

Suspense envolvente, ao estilo dos mistérios clássicos de “whodunit” de Agatha Christie, esta produção indiana destoa completamente dos tradicionais filmes de Bollywood. Na trama, um detetive policial investiga o assassinato de um político, tentando seguir as pistas e sua intuição para encontrar o culpado em meio à rede de mentiras da família da vítima. O enredo é especialmente indicado para gostou de “Entre Facas e Segredos”, de Rian Johnson, mesmo que não seja fã de cinema indiano.

Disponível na Netflix.

O Pássaro Pintado | República Tcheca, Eslováquia | 2019

O drama conta uma história conhecida dos cinéfilos, sobre um menino judeu que busca abrigo com estranhos durante a 2ª Guerra Mundial. Mas o diretor Václav Marhoul (“Tobruk”) surpreende pelo enfoque adulto, impactante ao extremo, e pelo contraste obtido pela beleza das imagens em preto e branco e o que elas registram: um horror sem meio tons. “O Pássaro Pintado” foi premiado no Festival de Veneza, venceu nove Leões Tchecos (o Oscar da República Tcheca) e ainda consagrou o cinematógrafo Vladimír Smutný, que conquistou vários troféus de Fotografia em festivais internacionais. No Rotten Tomatoes, o filme tem 81% de aprovação.

Disponível em Cinema Virtual.

A Escolha | Estônia | 2018

Depois de seis meses sem contato com a antiga namorada, Erik, um trabalhador da construção civil, recebe notícias surpreendentes: Moonika está prestes a entrar em trabalho de parto. Como ela diz que não está pronta para ser mãe, deixa para Erik decidir se quer ficar com a criança ou se a envia para adoção. Premiado em alguns festivais do Leste europeu, este drama foi a escolha da Estônia para representar o país na busca de uma vaga na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira do Oscar de 2019.

Disponível em Cinema Virtual.

100 Quilos de Estrelas | França | 2020

Comédia dramática adolescente que aborda a gordofobia de forma sensível, ao acompanhar uma garota que sonha em virar astronauta, mas que, apesar de ser um gênio em Ciências, não tem o porte físico da profissão, como lembram em sua escola, porque herdou a obesidade da família. Culpando a própria mãe, ela passa a odiar seu corpo e decide emagrecer com uma dieta radical, o que apenas a deixa doente. Internada numa clínica, conhece outras garotas com seus próprios problemas de autoestima e parte com elas numa jornada de aceitação, que envolve vencer um concurso e superar a aversão ao próprio corpo. Apesar de ser um filme-com-mensagem, a trama tem progressão natural e não soa forçada, além de evitar os clichês dos filmes adolescentes americanos. O fato de ser uma produção francesa faz grande diferença.

Disponível em iTunes, Google Play, Now e Sky Play.

Disponível na Netflix.

A Barraca do Beijo 2 | EUA | 2020

A Netflix descobriu o filão das comédias românticas adolescentes com o primeiro filme de 2018 e tem produzido variações em série da mesma história. A sequência do primeiro sucesso segue a fórmula da sequência de “Para Todos os Garotos que Já Amei”, com a protagonista dividida entre o amor original e outro garoto da escola. A plataforma já encomendou até um terceiro capítulo dessa “novela” estrelada por Joey King, que foi indicada ao Emmy por “The Act” e aqui se coloca abaixo da crítica – a produção só tem 25% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Disponível na Netflix.

É o Bicho | China | 2017

Animação chinesa sobre uma família que ganha um circo e uma caixa mágica de biscoitos. Como não conseguiu chegar nos cinemas americanas, acabou comprada pela Netflix, que, na falta de uma boa história para marketar, optou pelo velho chamariz da dublagem com astros famosos. O elenco de dubladores inclui o casal Emily Blunt e John Krasinski (de “Um Lugar Silencioso”), Sylvester Stallone (“Rambo”), Danny DeVito (“Dumbo”), Ian McKellen (“X-Men: Fênix Negra”) e Raven-Symoné (“A Casa da Raven”). Mas estes nomes “mágicos” não mudam o fato de que se trata de um desenho com 58% de aprovação no Rotten Tomatoes.

Disponível na Netflix.

Mundo Duplo | Hong Kong | 2020

Esta fantasia repleta de efeitos visuais mostra uma Terra paralela, dividida em 10 nações. Vendo uma nação vizinha se tornar cada vez mais poderosa, um Senhor da Guerra resolve organizar uma competição para encontrar os melhores guerreiros. O resultado é um mortal kombat com muito wire fu (kung fu voador) e até monstros gigantes. O diretor Teddy Chan tem alguns sucessos comerciais no currículo, como “Espião por Acidente” (2001), com Jackie Chan, e “Guarda Costas e Assassinos” (2009), mas nenhum deles é exatamente popular com a crítica. Já o ator principal, Henry Lau, apesar de canadense, é famosíssimo na Ásia, graças ao sucesso como cantor da banda de k-pop/mandopop Super Junior-M.

Disponível na Netflix.

Resgate | Moçambique | 2019

O primeiro filme moçambicano a entrar na Netflix é um drama urbano de gângsteres e venceu dois troféus na premiação da Academia Africana de Cinema (espécie de Oscar do continente). Com influência de produções americanas do gênero, conta a história de um jovem que, após sair da prisão, vê-se forçado a voltar ao mundo do crime.

Disponível na Netflix.

A Vingança de uma Mulher | Portugal | 2012

Baseado num conto do século 19 de Jules-Amédée Barbey d’Aurevilly (“A Última Amante”), o filme gira em torno de Roberto (Fernando Rodrigues), que uns dizem ser libertino, enquanto outros, que é misterioso. Na verdade, Roberto sente um tédio profundo, de quem já esgotou todos os prazeres da vida. Mas, uma noite, ele tem um encontro avassalador com uma mulher. A intérprete desta mulher, Rita Durão, ganhou vários prêmios do cinema português pelo papel. Já a diretora, Rita Azevedo Gomes, fez mais três longas depois deste filme de 2012, que os brasileiros poderão ver pela primeira vez via VOD.

Disponível no Mubi.

De Nuevo Otra Vez | Argentina | 2012

Mistura de documentário e ficção, acompanha a vida da atriz Romina Paula (“O Estudante”), enquanto lida com seu filho e sua mãe reais. Com o objetivo de retornar às suas raízes para descobrir quem é, a atriz transformada em diretora foi premiada no Festival de San Sebastián e conquistou 83% de aprovação no Rotten Tomatoes

Disponível no Mubi.

Citizen K | EUA | 2019

O novo documentário de Alex Gibney (vencedor do Oscar por “Um Táxi para a Escuridão”) conta a história de Mikhail Khodorkovsky, um dos homens mais ricos da Rússia, que após a eleição de Vladimir Putin foi obrigado a cumprir uma sentença de dez anos de prisão na Sibéria. Misturando um tom de denúncia e reportagem investigativa, “Citizen K” busca mostrar o que levou esse homem à prisão e porque ele se tornou um dos mais conhecidos militantes anti-Putin, enquanto expõe as camadas pouco democratas do regime pós-comunista.

Disponível na Amazon Prime Video.

Não Toque em Meu Companheiro | Brasil | 2020

O documentário de Maria Augusta Ramos (“O Processo”) mostra a mobilização de um grupo de 110 empregados da Caixa Econômica Federal ao longo de um ano, após serem demitidos injustamente em 1991.

Disponível em Looke, Now e Vivo Play