Vários canais televisivos anunciaram programação especial para marcar o Dia (e até Mês) Internacional das Mulheres, que é comemorado neste domingo (8/3).
O Canal Brasil, por exemplo, vai de “Irmã Dulce” a “Bruna Surfistinha” em sua seleção eclética de retratos femininos, e ainda programou para este mês sua “mostra” feminina chamada “Cine-Delas”, que exibe filmes dirigido por mulheres duas vezes por semana.
Mas a lista que realmente merece destaque é a do Telecine Cult. Enquanto os demais canais – inclusive do pacote Telecine – selecionaram opções genéricas, o Telecine Cult tomou a grande iniciativa de atender a reivindicação feminina mais importante no mercado audiovisual, priorizando filmes dirigidos por mulheres. A diferença para o “Cine-Delas” é será uma maratona com 16 títulos e mais de 30 horas consecutivas de filmes de cineastas femininas – praticamente o dobro da iniciativa espaçada do Canal Brasil.
A maratona Telecine Cult têm um início literalmente bombástico às 22h de sábado com “Filhas do Sol” (2018), da francesa Eva Husson (atualmente à frente da série “Hanna”) sobre um batalhão composto apenas por mulheres curdas na guerra contra extremistas islâmicos, que lhes renegam direitos. E se encerra na madrugada de segunda, à 1h30 com “Rafiki” (2018), da queniana Wanuri Kahiu, que se tornou o primeiro filme a abordar o lesbianismo na sociedade machista do Quênia.
Os títulos destacam ainda o brasileiro “Que Horas Ela Volta?” (2015), drama da brasileira Anna Muylaert, que aborda luta de classes e ascensão social sob a ótica da maternidade, e foi premiado no Festival de Sundance por conta das interpretações de Regina Casé e Camila Márdila, além do francês “Tomboy” (2011), segundo longa de Céline Sciamma (do recente “Retrato de uma Jovem em Chamas”), que desde a época já discutia a identidade de gênero sob o ponto de vista feminino.
Ainda há animação, western, documentário, thriller criminal e dramas familiar, religioso e adolescente, representando produções de Hollywood, Bollywood e dos cinemas europeu, latino e asiático.
A disputa das cineastas por mais espaço é uma das mais reivindicações atuais mais importantes na indústria cultural, e é bom lembrar disso num dia em que se celebra não como as mulheres são bonitas, fortes, diversas, interessantes, mas sua luta por direitos e oportunidades iguais.
Confira a programação completa abaixo.
7/3
22h – “Filhas do Sol” (Suiça), de Eva Husson
8/3
00h – “Matar Jesus” (Colômbia), de Laura Mora Ortega
1h50 – “Minha Filha” (Itália), de Laura Bispuri
3h40 – “Entre Laços” (Japão), de Naoko Ogigami
6h – “Meu Anjo” (França), de Vanessa Filho
8h05 – “Noviciado” (EUA), de Maggie Betts
10h15 – “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert
12h20 – “Bao” (EUA), de Domee Shi
12h40 – “A Costureira De Sonhos” (Índia), de Rohena Gera
14h30 – “Deixe a Luz do Sol Entrar” (França), de Claire Denis
16h20 – “Varda por Àgnes” (França), de Àgnes Varda
18h30 – “Lady Bird – Hora de Voar” (EUA), de Greta Gerwig
20h15 – “O Estranho que Nós Amamos” (EUA), de Sofia Coppola
22h – “Papicha” (Qatar), de Mounia Meddour
9/3
00h – “Tomboy” (França), de Céline Sciamma
1h30h – “Rafiki” (Quênia), de Wanuri Kahiu