Com cinemas fechados em boa parte do mundo, da China à França, as bilheterias internacionais já estão rendendo menos que o mercado norte-americano, que acaba de bater seu recorde negativo neste século.
Ao todo, os cinco filmes de maior público fora dos EUA e Canadá somaram apenas US$ 30,7 milhões nos últimos três dias, uma queda de 85% em relação ao mesmo fim de semana do ano passado.
Maior sucesso do fim de semana no mercado internacional, “Bloodshot”, o filme de super-herói de Vin Diesel, rendeu somente US$ 13 milhões, superando no exterior a “Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica”. A animação da Disney/Pixar, que liderou o ranking no fim de semana passado, fez apenas US$ 6,8 milhões em 47 mercados. Ao menos, conseguiu ultrapassar US$ 100 milhões no mundo, o que ainda é pouco para seu orçamento milionário – custou entre US$ 100 e 200 milhões.
Em 3º lugar, “Sonic: O Filme”, superou US$ 300 milhões em todo o mundo, mas teve uma queda de 76% em sua arrecadação internacional, em relação ao fim de semana passado.
Primeira nação afetada pela crise de saúde, a China também foi primeira a decretar o fechamento dos cinemas. Com várias decisões igualmente radicais, como quarentenas de cidades inteiras, o país começa a reverter a tendência de infecção do coronavírus. Graças à queda crescente de números de casos chineses, também se criou expectativa para uma reabertura dos cinemas locais. Estipula-se que a data para a normalização aconteça durante o feriado de 1 de maio.
A Coreia do Sul, que igualmente tomou medidas radicais, deve voltar a abrir os cinemas logo em seguida, senão na mesma data.
Assim, estima-se que o mercado asiático volte à normalidade no final deste semestre.
A situação ocidental, porém, têm complicadores.
Os Estados Unidos ainda estão enfrentando o princípio da epidemia e têm um longo caminho até a sua superação. Além disso, seu sistema de saúde é privado e descentralizado, o que dificulta o atendimento de sua população.
Mas o pior que poderia acontecer acabou acontecendo no Brasil. Terraplanistas brasileiros, que não acreditam na Ciência, fizeram manifestação política neste domingo (15/3), que multiplicou geometricamente a possibilidade de propagação do coronavírus no país. Os estádios de futebol já estavam fechados e até teatros e cinemas no Rio, mas os atos recentes podem levar a medidas mais drásticas, como a restrição da circulação da população brasileira, como já acontece na Itália e na Espanha.
Enquanto governos ordeiros resistem e caóticos insistem em ignorar o perigo, não é possível prever quando a pandemia vai realmente acabar. Enquanto isso, os estúdios seguem adiando estreias e tirando filmes da programação, além de paralisar as filmagens de novas produções.