A participação brasileira no Festival de Berlim deste ano é recorde.
A organização do evento alemão anunciou nada mesmo que 19 filmes com produção nacional.
Destes, apenas quatro trazem o Brasil na condição de parceiro minoritário, entre eles o documentário “Nardjes A.”, dirigido pelo brasileiro Karim Ainouz (“A Vida Invisível”), que registra protestos civis na Argélia.
A maioria dos filmes será exibido em seções paralelas à mostra principal, mas o país também está na disputa do Urso de Ouro com “Todos os Mortos”, codirigido por Caetano Gotardo (“O que se Move”) e Marco Dutra (“As Boas Maneiras”). A dupla, que se conheceu há duas décadas no curso de Cinema da USP, divide a direção pela primeira vez, após trabalharem em funções diferentes nos premiados terrores “Trabalhar Cansa” e “As Boas Maneiras” – Gotardo foi o editor dos filmes dirigidos por Dutra e Juliana Rojas. Os dois também assinam o roteiro, que se passa na década seguinte à Abolição da Escravatura, no fim do século 19, e acompanha a trajetória de duas famílias: uma branca, os Soares, e outra negra, os Nascimento.
A expectativa agora é ver se a participação recorde também produz premiação recorde. Até então, a maior consagração do cinema brasileiro em Berlim aconteceu em 2018, com a conquista de cinco prêmios paralelos – de favoritos da crítica e do público – , mas não troféus oficiais.
O Brasil já venceu duas vezes o Urso de Ouro, premiação principal do festival, com “Central do Brasil” (1998) e “Tropa de Elite” (2008).
Confira abaixo a lista de filmes brasileiros selecionados para o evento, que vai acontecer entre 20 de fevereiro e 1º de março na capital da Alemanha.
LONGAS MAJORITÁRIOS BRASILEIROS
“Todos os Mortos”, codirigido por Caetano Gotardo e Marco Dutra, coprodução da Dezenove Som e Imagem e Filmes do Caixote com a França (competitição do Urso de Ouro)
“Alice Junior”, direção de Gil Baroni, produção da Beija Flor Filmes (mostra Generation)
“Cidade Pássaro”, direção de Matias Mariani, produção da Primo Filmes”, coprodução com França (mostra Panorama)
“Irmã”, direção de Luciana Mazeto e Vinicius Lopes, produção da Pátio Vazio (mostra Generation)
“Luz nos Trópicos”, direção de Paula Gaitán, produção da Aruac e Pique-Bandeira (mostra Forum)
“Meu Nome É Bagdá”, direção de Caru Alves de Souza, produção da Manjericão Filmes (mostra Generation)
“O Reflexo do Lago”, direção de Fernando Segtowick, produção da Marahu Filmes (mostra Panorama)
“Vento Seco”, direção de Daniel Nolasco, produção da Panaceia Filmes (mostra Panorama)
“Vil, Má”, direção de Gustavo Vinagre, produção da Carneiro Verde e Avoa Filmes (mostra Forum)
CURTAS/MÉDIAS
“(Outros) Fundamentos”, direção de Aline Motta (mostra Forum Expanded)
“Apiyemiyeki?”, direção de Ana Vaz em coprodução com França, Holanda e Portugal (mostra Forum Expanded)
“Jogos Dirigidos”, direção de Jonathas de Andrade (mostra Forum Expanded)
“Letter From A Guarani Woman In Search Of Her Land Without Evil”, de Patricia Ferreira (mostra Forum Expanded)
“Rã”, direção de Julia Zakia e Ana Flávia Cavalcanti, produção da Gato do Parque (mostra Panorama)
“Vaga Carne”, direção de Grace Passô e Ricardo Alves Jr, produção da Grãos da Imagem (mostra Forum Expanded)
COPRODUÇÕES MINORITÁRIAS
“Chico Ventana Tambien Quisiera Ter Un Submarino”, direção de Alex Piperno (Uruguai), coprodução brasileira Desvia (mostra Forum)
“Los Conductos”, direção de Camilo Restrepo (Colômbia), coprodução brasileira If You Hold a Stone (mostra Encounters)
“Nardjes A.”, direção de Karim Ainouz (Brasil), coprodução com Argélia, França e Alemanha (mostra Panorama)
“Un Crimen Común”, direção de Francisco Márquez (Argentina)”, coprodução brasileira Multiverso (mostra Panorama)