O ator Dominic Monaghan, que teve um papel pequeno e sem sentido em “Star Wars: A Ascensão Skywalker”, confirmou rumores que circulam sobre a existência de uma versão muito diferente do filme. Ele afirmou que várias cenas filmadas não chegaram à edição final, exibida nos cinemas.
“Como muitos fãs de ‘Star Wars’, espero que haja uma edição do diretor, para que possamos ver mais coisas que foram filmadas”, disse Monaghan em entrevista à revista The Hollywood Reporter. “Eu não estava lá o tempo todo, mas mesmo no curto espaço de tempo em que estive [no set], havia muitas coisas sendo filmadas que não chegaram à versão do cinema… Ah, cara, foi muita coisa.”
Ele revelou que algumas dessas cenas incluíam a personagem Rose Tico, vivida por Kelly Marie Tran.
A atriz teve apenas 76 segundos de tela em “A Ascensão Skywalker” – filme de 2h20 de duração – , após sofrer bullying nas redes sociais de “fãs” contrariados com a escalação de mais uma mulher – e asiática, ainda por cima – na saga. Por este e outros motivos, o novo filme foi considerado “covarde” e um dos piores da franquia – com 55% de aprovação no Rotten Tomatoes, só não é pior que “A Ameaça Fantasma” (53% em 1999).
Monaghan descreveu em detalhes uma cena cortada. “Na batalha final, Connix [interpretada por Billie Lourd] fere sua perna. Obviamente, eu e Rose e Connix estamos saindo da batalha, e Rose tem uma arma. Enquanto Rose está ocupada fazendo coisas, eu agarro o braço de Connix e o coloco por cima do ombro para ampará-la e garantir que todos nós possamos escapar ilesos”.
Segundo os boatos que surgiram num fórum do Reddit, o filme exibido nos cinemas é muito diferente da versão idealizada pelo diretor J.J. Abrams.
As alegações, na base de “fontes” não identificadas, surgiram praticamente como reação às críticas negativas recebidas pelo filme. Com a confirmação de Monaghan, a noção de que existe um “J.J. Cut” deixa de ser teoria de conspiração para ganhar a dimensão de um vazamento calculado de informação confidencial, que teria o objetivo de reverter as opiniões contrárias ao trabalho Abrams e/ou demonstrar – mais uma vez – a precariedade das tomadas de decisões de Kathleen Kennedy à frente da Lucasfilm.
Fãs já foram ao Twitter lançar a hashtag #ReleaseTheJJCut, numa iniciativa similar à campanha pelo “Snyder Cut”, a edição de “Liga da Justiça” do diretor Zack Snyder.
Quem espalhou a informação do “J.J. Cut” foi um usuário do Reddit identificado como Egoshoppe, que foi bastante claro em sua missão, ao dizer que recebeu os detalhes de uma “fonte que trabalhou na produção” e que “quer que as pessoas saibam o quanto a Disney ferrou J.J. Abrams”.
Segundo Egoshoppe, o diretor não teve a liberdade criativa prometida pela Lucasfilm. Ele “ficou arrasado e foi pego de surpresa” com as mudanças feitas pelo estúdio, que incluiriam cortes e regravações de passagens de áudio. Cenas como o desfecho seriam completamente diferentes – maior e sem beijo entre os protagonistas – , além de incluírem mais Rose Tico e a exploração do afeto homoafetivo entre Poe (Oscar Isaac) e Finn (John Boyega).
A versão original que J.J. apresentou ao estúdio em novembro teria 3h02 de duração. Ao contrário da Marvel, que apoiou a exibição de 3h01 de “Vingadores: Ultimato”, que bateu recorde mundial de arrecadação, a Lucasfilm pressionou por cortes e Abrams “hesitantemente” teria concordado em reduzir o filme para 2h37. Mas a edição que chegou aos cinemas foi ainda mais curta, com 2h22.
O misterioso Egoshoppe garante que a versão de 3 horas existe completa e pronta para ser divulgada, mas só deve ver a luz se for vazada – ou, de forma subentendida, se houver mudanças no comando da Lucasfilm.