O ator Hugh Grant se engajou na campanha eleitoral britânica contra o primeiro ministro Boris Johnson. Às vésperas da eleição marcada para esta quinta (12/12), que é considerada a mais importante do Reino Unido desde a 2ª Guerra Mundial, por mudar as 650 cadeiras da Câmara dos Comuns e definir se o país vai realmente sair da União Europeia, Grant resolveu bater de porta em porta em alguns bairros de Londres para pedir votos para o partido liberal democrata.
Curiosamente, Grant interpretou um Primeiro Ministro britânico no filme “Simplesmente Amor” (2003), que teve uma cena recriada na campanha de Boris Johnson. Trata-se da sequência em que Andrew Lincoln imita Bob Dylan e apresenta uma mensagem com a ajuda de cartazes escritos à mão.
Na propaganda dos conservadores, o que era uma declaração de amor virou pedido de voto. “Com alguma sorte, no próximo ano, teremos concluído o Brexit (se o Parlamento não bloqueá-lo novamente)”, mostra o cartaz de um Johnson silencioso na propaganda eleitoral – por sinal, bem diferente do líder conservador da vida real.
Grant não deixou passar batido e lembrou que o vídeo de Johnson deixou de fora umas frases mais importantes dos cartazes do filme: “Porque no Natal você diz a verdade”.
“Eu me pergunto se os conselheiros do Partido Conservador acharam que o cartaz não ficaria muito bem nas mãos de Boris Johnson”, ironizou o ator, em entrevista à BBC.
Ele entrou na campanha em busca do voto dos jovens, pois essa faixa etária foi a que menos se engajou no plebiscito de junho de 2016 em que a opção do Brexit (saída da União Europeia) venceu. Na ocasião, centenas de milhares de jovens teriam deixado de votar. Muitos por não acreditar na classe política.
Segundo a Sociedade de Reforma Eleitoral, desde que a eleição foi convocada, foram registrados 3,2 milhões de títulos de eleitor, 38% a mais do que os 2,3 milhões identificados pouco antes do pleito de 2017.
Cerca de dois terços dos novos eleitores habilitados têm menos de 34 anos. As estatísticas mostram que a população mais jovem tende a votar nos partidos trabalhista, liberal-democrata e verde.