A premiação da Associação da Imprensa Estrangeira de Hollywood, conhecida como Globo de Ouro, não tem uma ficha corrida muito confiável em relação à definição de suas categorias. Afinal, já premiou a sci-fi “Perdido em Marte” como Comédia e teve grande dificuldades para entender se “Orange Is The New Black” era engraçada ou séria – foi classificada como Drama na 1ª temporada e Comédia em todas as demais, exatamente o oposto do que fez o Emmy.
Entretanto, o Globo de Ouro acertou em cheio ao classificar “O Rei Leão” na disputa de Melhor Animação, durante o anúncio dos indicados nesta segunda-feira (9/12). Uma escolha óbvia, mas que pode representar um problema de percepção para a Disney.
“O Rei Leão” foi todo criado em computação gráfica, não tem cenário nem atores em cena – nem sequer captura de performance, como em “Avatar” e “Planeta dos Macacos”. Mas a Disney optou por considerá-lo uma versão live-action (com atores) de seu clássico animado.
De fato, o estúdio não inscreveu “O Rei Leão” para disputar o Oscar de Melhor Animação, nem mesmo o prêmio Annie, considerado o “Oscar da animação”. Foi uma estratégia para evitar competir consigo mesmo num ano em que também lançou “Toy Story 4” e “Frozen 2”. Em vez disso, colocou “O Rei Leão” na disputa de prêmios de Efeitos Visuais, com outros filmes “live-action”.
Mas como o Globo de Ouro mostrou, apesar de todo seu realismo visual, “O Rei Leão” é “apenas” uma animação, criando um curto-circuito na tentativa de camuflar o óbvio.
Numa analogia com outra famosa fábula encantada, o Rei Leão ficou nu diante da Academia.