O ator Caroll Spinney, que por meio século deu vida aos personagens Garibaldo (Big Bird) e Gugu (Oscar Grouch) no celebrado programa de TV infantil “Vila Sésamo” (Sesame Street), morreu neste domingo (8/12) aos 85 anos.
Spinney faleceu em sua casa, em Connecticut, após conviver por vários anos com um distúrbio dos movimentos conhecido como distonia, que causa contrações involuntárias nos músculos. Por conta disso, o ator deixou a atração no ano passado, tendo escolhido pessoalmente seus sucessores para interpretar Garibaldo e Gugu – personagens que ele ajudou a criar no começo do programa.
Antes de entrar em “Vila Sésamo”, ele integrou o primeiro programa de alcance nacional do palhaço Bozo (“Bozo’s Big Top”), em 1966 nos Estados Unidos, aparecendo com uma fantasia de leão para entreter as crianças. Sua estreia em “Vila Sésamo” aconteceu logo depois, no lançamento da atração, em 1969.
A aparência dos personagens de Spinney – uma ave amarela e altíssima e um monstro rabugento e verde que vive em uma lata de lixo – foi desenhada pelo mestre dos fantoches Jim Henson, mas foi Spinney quem lhes deu vida. Foi dele a ideia de fazer de Garibaldo uma criança grande, após Henson concebê-lo como um caipira apatetado do interior. Assim como surgiu dele a inspiração para Gugu, baseando-se num garçom de restaurante “incrivelmente rude” e num motorista de táxi nova-iorquino ainda pior.
Ele recebeu cinco prêmios Emmy por suas contribuições à “Vila Sésamo”, além de um prêmio pelas realizações de sua carreira, numa homenagem da Academia da Televisão dos Estados Unidos em 2006.
“Caroll era um gênio artístico, cuja visão gentil e amável do mundo ajudou a moldar e definir ‘Vila Sésamo’ dos primórdios, em 1969, até cinco décadas depois”, disse a Sesame Workshop, empresa responsável pela série clássica em um comunicado.
“Seu enorme talento e coração gigante eram perfeitos para interpretar aquela ave maior que a vida, que levou alegria à gerações de crianças e incontáveis fãs de todas as idades ao redor do mundo, enquanto seu outro personagem, o adorável resmungão, lhe dava a licença de ser mal-humorado de vez em quando”, completou o texto.