A estrela francesa Juliette Binoche, que vem ao Brasil na semana que vem para a festa de aniversário da distribuidora cinematográfica Imovison, deu uma entrevista ao jornal O Globo, em que falou sobre a sua relação com o país – sua mãe, Monique Stalens, vem de família carioca.
“Minha cultura sobre o Brasil é limitada”, disse. “Aprendi muito sobre esse país conversando com o meu amigo cineasta, Walter Salles, porque tivemos um projeto juntos, que terminou não saindo”.
Mesmo assim, a vencedora do Oscar por “O Paciente Inglês” (1996) e uma das atrizes francesas mais premiadas de todos os tempos, refletiu sobre a visão da Europa sobre o atual governo brasileiro e seu medo do atual presidente do país.
“A verdade é que o incêndio na floresta amazônica preocupa todo o planeta. As escolhas políticas do presidente de vocês, Bolsonaro, dão muito medo. Ele parece ter visões egoístas e muito radicais, que não estão em sintonia com a situação atual”, definiu.
“Há uma preocupação geral, e a política atual do Brasil sobre a Amazônia dá medo. Mas isso ocorre em todo o mundo. É necessário haver uma mudança de atitude e consciência”, continuou.
“Minha impressão é que será preciso ir até o limite da crise para que as pessoas acordem, o que é lamentável, porque poderíamos nos antecipar e reduzir os impactos”, concluiu.
Binoche participará no Brasil de um evento da Imovision, marcado para o Reserva Cultural de Niterói em 29 de novembro, ocasião em que será exibida uma versão remasterizada de “A Liberdade É Azul”, do já falecido Krzysztof Kieślowski, drama vencedor do Festival de Veneza, que ele estrelou em 1993.