Estúdio queria Julia Roberts no papel da ex-escrava abolicionista Harriet Tubman

Uma das surpresas das bilheterias de fim de ano dos EUA é o filme “Harriet”, que transforma em aventura a vida da ex-escrava e abolicionista Harriet Tubman, responsável pela libertação e resgate […]

Uma das surpresas das bilheterias de fim de ano dos EUA é o filme “Harriet”, que transforma em aventura a vida da ex-escrava e abolicionista Harriet Tubman, responsável pela libertação e resgate de 70 famílias de escravos no período da Guerra Civil americana.

A atriz Cynthia Erivo vem recebendo muitos elogios por sua interpretação na cinebiografia dirigida por Kasi Lemmons. Mas, de acordo com o roteirista do filme, Gregory Allen Howard, Julia Roberts – sim, a Julia Roberts que é branca – foi sugerida por um executivo de Hollywood para o papel

Em um artigo para o jornal o Los Angeles Times, Howard explicou que estava trabalhando na história de “Harriet” há 25 anos e que “o clima em Hollywood … era muito diferente naquela época.” Por isso, quando propôs o projeto original, um “então presidente de uma subdivisão de estúdio” elogiou o roteiro e sugeriu que Roberts interpretasse Tubman.

“Felizmente, havia uma pessoa negra naquela reunião de estúdio há 25 anos, que lhe disse que Harriet Tubman era uma mulher negra”, escreveu Howard no artigo do Times. “O presidente respondeu: ‘Isso foi há tanto tempo. Ninguém vai saber disso hoje’.”

Howard disse que foram preciso filmes como “12 Anos de Escravidão” e “Pantera Negra” por abrir o caminho para um longa como “Harriet”, que ele descreve como a transformação da vida de Tubman em um filme de ação e aventura.

“Quando comecei a trabalhar em ‘Harriet’, as pessoas lidavam com personagens negros como se estivessem escrevendo lições de História – o que eu odiava”, continuou ele. “Vi a trajetória dela como um filme de gênero. Lembro-me que alguém chegou a me perguntar se ‘Harriet Tubman realmente deveria ser um super-herói?’ Mas era exatamente isso que eu queria – tornar a história dela acessível a um público de massa.”

Com um orçamento modesto de US$ 17 milhões, o longa faturou US$ 32 milhões em três fins de semana nos Estados Unidos e Canadá, mas só terá distribuição internacional em 2020.