O novo filme de Quentin Tarantino, “Era Uma Vez… Em Hollywood”, não será exibido na China. O governo chinês exigiu que algumas cenas fossem alteradas e o diretor se recusou a ceder à pressão, preferindo simplesmente deixar os burocratas do país proibirem sua exibição. Ele se tornou um dos raros cineastas a se impor contra o dinheiro brandido pelos chineses, que tem feito Hollywood se sujeitar à censura local.
A censura chinesa teria sido consequência de um apelo de Shannon Lee, filha do lendário ator Bruce Lee, que criticou a maneira como seu pai foi retratado no filme. Ela chegou a polemizar com Tarantino a esse respeito e, segundo apurou a revista The Hollywood Reporter, solicitou à Administração Nacional de Cinema da China que obrigasse o diretor a mudar a forma como Bruce Lee aparece em cena.
Em 2013, quando Tarantino ainda trabalhava com o estúdio de Harvey Weinstein, “Django Livre” foi reeditado por conta de seu conteúdo violento e sexual para o mercado chinês. Mas esta versão fracassou, o que fortalece a posição de resistência do cineasta às mudanças pedidas.
A Sony aceitou a decisão do diretor, preferindo manter uma boa relação com Tarantino à incerteza de uma boa bilheteria no país.
Recentemente, a série animada “South Park” satirizou a política de censura na China e a boa vontade de diversas celebridades e artistas para fazer concessões, permitindo cortes em suas obras para lucrar no país. Logicamente, não só esse episódio teve a exibição proibida na China como toda a série se tornou indisponível no país, de um dia para o outro.