Os astros do rock Mick Jagger, Roger Waters e o ator Donald Sutherland manifestaram-se contra os governos de Jair Bolsonaro e Donald Trump na reta final do Festival de Veneza.
Membro fundador da lendária banda Pink Floyd, Waters fez uma listão, criticando veementemente o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, Trump, o ex-ministro do Interior italiano Matteo Salvini e o presidente do Brasil.
“Eles estão obstinados a destruir este belo planeta”, disse ele, durante entrevista coletiva, antes de apresentar seu documentário “Us + Them” na sexta-feira (6/9).
A manifestação de Jagger e Sutherland veio no sábado, na apresentação do “The Burnt Orange Heresy” (A heresia da laranja queimada, em tradução literal), dirigido pelo italiano Giuseppe Capotondi.
“Estou com os jovens que protestam contra as mudanças climáticas”, afirmou o músico, que atua no filme, refletindo uma manifestação no tapete vermelho em frente ao Palácio do Cinema, na qual centenas de jovens chamam a atenção para as mudanças climáticas.
“Estou feliz que protestem, eles herdarão o planeta”, continuou Jagger, que considera que os Estados Unidos “perderam seu papel de líder mundial no controle do meio ambiente e estão seguindo em outra direção”.
O coprotagonista do filme, Donald Sutherland, conhecido pelos mais jovens como o vilão da franquia “Jogos Vorazes”, acrescentou Bolsonaro às críticas, com um pedido para que os eleitores não votem mais em pessoas como ele.
“Mick tem razão, os controles (nos Estados Unidos) de Barack Obama eram pouco adequados, mas agora estão sendo destruídos. O mesmo acontece no Brasil e o mesmo acontecerá na Inglaterra após o Brexit”, alertou. “Quando os jovens de hoje tiverem 85 anos e possuírem filhos e netos, não terão mais planeta se continuarem a votar nessas pessoas no Brasil, em Londres e Washington”, ponderou. “Estão garantindo a ruína do mundo, algo para o qual todos temos contribuído”, concluiu Sutherland.