Instinct é cancelada na 2ª temporada

A rede CBS cancelou a série policial “Instinct” antes do final de sua 2ª temporada. A atração queimará o material ainda inédito com a exibição de dois a três episódios nos próximos […]

A rede CBS cancelou a série policial “Instinct” antes do final de sua 2ª temporada. A atração queimará o material ainda inédito com a exibição de dois a três episódios nos próximos domingos.

O criador da série, Michael Rauch, anunciou o cancelamento na sexta-feira (16/8) no Twitter. “Estou muito triste em transmitir a notícia de que ‘Instinct’ não será renovada para uma 3ª temporada. Vamos dobrar neste domingo e nosso final de temporada/série será em 25 de agosto.”

Rauch também agradeceu as estrelas da série Alan Cumming e Bojana Novakovic por “fazer de Dylan & Lizzie mais do que eu jamais poderia ter esperado”.

“Obrigado à nossa equipe incrível, elenco, escritores, produtores e todos os que ajudaram a fazer nosso show, com respeito, talento e bondade”, acrescentou. “E um gigante obrigado aos nossos fãs obstinados por seu amor, lealdade e excelente gosto (é cedo demais para pedir um reboot?)”

Novakovic, que interpretou a parceira de Cumming, Lizzie, no programa, compartilhou sua decepção no Twitter. “Mas quando uma porta se fecha outra … na verdade, f—se. Isso é um pé no saco. Amor a todos os nossos fãs, ao elenco e à equipe mais incrível. Obrigado a todos por dois anos fantásticos.”

Lançada em 2018, “Instinct” foi alardeada como o primeiro drama da TV aberta americana com protagonista gay. Baseado no romance homônimo do escritor James Patterson (autor do livro que inspirou a série “Zoo”), a série girava em torno do Dr. Dylan Reinhart (Alan Cumming), um ex-agente da CIA que se tornou escritor e professor, e que é procurado pela polícia para auxiliar uma investigação, após um serial killer se inspirar num de seus livros para cometer assassinatos.

Mas, apesar da distinção LGBT do protagonista, a premissa criada por Michael Rauch (roteirista-produtor de “Royal Pains”) era bastante genérica, alimentada pelo conflito de uma parceria forçada entre um detetive da polícia (Bojana Novakovic, de “Eu, Tônia”) e um assistente amador – fórmula que tem sido requentada desde que Eddie Murphy estreou no cinema há 36 anos com “48 Horas”. Junte-se à receita o elemento literário e o resultado fica ainda mais próximo do óbvio, ou melhor, do casal de “Castle”.

Não por acaso, a rede CBS é responsável pelas produções mais convencionais da TV americana. E, ironicamente, vinha sendo criticada pela falta de diversidade entre os personagens de suas séries.

Com 6,6 milhões de telespectadores em sua 1ª temporada, “Instinct” poderia ser considerado mais um sucesso policial do canal, mas a baixa pontuação de 0,63 na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes) já incomodava ao revelar uma obviedade: que o público que acompanha séries de fórmulas batidas é bem mais velho que o desejado.

O cancelamento se tornou inevitável quando a audiência caiu para a metade no segundo ano da produção, rendendo apenas 3,5 milhões de telespectadores ao vivo e 0,31 na demo.

Cada ponto equivale a 1,3 milhão de adultos na medição da consultoria Nielsen.