O diretor David Fincher vai voltar a dirigir um filme, após passar cinco anos dedicando-se a produções de séries e projetos que não saíram do papel. Batizado de “Mank”, a obra será uma cinebiografia do roteirista Herman J. Mankiewicz e abordará os bastidores das lendárias filmagens de “Cidadão Kane”, lançado em 1941.
O filme trará Gary Oldman, vencedor do Oscar por “O Destino de uma Nação” (2017) no papel principal e será centrado no turbulento relacionamento de Mankiewicz com o diretor e co-roteirista de “Cidadão Kane”, o cineasta Orson Welles.
Apesar do tema hollywoodiano e o peso Oscarizado do protagonista, a produção será feita para a Netflix.
Um dos motivos para a parceria com a plataforma é a opção de Fincher por uma fotografia em preto e branco. Os grandes estúdios, que já não costumam apoiar dramas, fogem quando percebem que se trata de uma produção sem cores, especialmente se o orçamento não for pequeno. Já a Netflix investiu forte em “Roma”, drama em preto e branco – e ainda por cima falado em espanhol – de Alfonso Cuarón, que acabou se provando um sucesso no streaming e ainda ganhou três Oscars.
“Mank” é um projeto pessoal diretor. O roteiro foi escrito por seu pai, o jornalista Jack Fincher, que faleceu em 2002.
O último filme dirigido por David Fincher foi “Garota Exemplar” em 2014. Desde então, ele se envolveu numa superprodução da Disney baseada em “20.000 Mil Léguas Submarinas”, na continuação de “Guerra Mundial Z” para a Paramount e em duas séries da HBO, todas abortadas.
Em compensação, “Mank” fortalece seus laços com a Netflix, onde todas as suas parcerias foram bem-sucedidas, como as séries “House of Cards”, “Mindhunter” e “Love, Death + Robots”.