Um comitê disciplinar do SAG-AFTRA, Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, considerou Kip Pardue (da série “Runaways”) culpado de “má conduta grave” em relação a uma queixa de assédio sexual apresentada pela atriz Sarah Scott, que o acusou de se masturbar na frente dela logo após gravar uma cena no piloto de um projeto indie de TV. Ela alegou que ele ficou excitado e colocou a mão em sua virilha enquanto estavam sob as cobertas aguardando para registrar a cena.
Em seu comunicado de decisão, o comitê disse a Pardue que “censura e adverte você por essa conduta inadequada e não profissional”. Também o multou em US$ 6 mil.
Pardue, que vive o pai da jovem Karolina Dean (Virginia Gardner) na série “Fugitivos” (Runaways), negou as alegações. Seu advogado, Shepard Kopp, disse ao jornal Los Angeles Times que o ator “nunca se envolveu em nenhum comportamento não consensual”.
A atriz Sarah Scott relatou o incidente ao sindicato em maio de 2018, poucos dias após sofrer o abuso. Ela disse ao Times que ninguém parecia ter muita vontade de lidar com a situação, o que a fez procurar diretamente a presidente da SAG-AFTRA, Gabrielle Carteris, que disse a ela por e-mail: “Estou me certificando de que isso seja revisado à medida que continuamos desenvolvendo os melhores procedimentos e sistemas de apoio”.
A situação só mudou quando ela prestou uma queixa criminal junto à polícia em 26 de agosto. Foi quando Carteris lhe disse que iria rever o status da queixa. No dia seguinte, ela foi informada de que seu caso seria ouvido pelo comitê disciplinar da associação em 26 de outubro. Essa audiência, no entanto, só aconteceu em 20 de março deste ano.
Quando a audiência marcada para outubro não aconteceu, Scott tornou a denúncia pública, em entrevista para o jornal Los Angeles Times em outubro. Na ocasião, Pardue se defendeu dizendo: “Eu claramente interpretei mal a situação durante uma cena de sexo no set e pedi desculpas a Sarah. Nunca pretendi ofendê-la de maneira alguma e lamentar profundamente minhas ações e aprendi com meu comportamento.”
Scott disse ao Times que ela tem sentimentos mistos sobre como seu caso foi tratado. “No geral, estou bem com isso, mas é uma sensação estranha”, disse ela. “Eu não sei se devo me sentir bem com a punição ou não. Eu gostaria de ter visto alguns anos de suspensão, mas este é um passo na direção certa. O que é mais importante para mim é que o sindicato se mexeu, tendo que levar a sério essas queixas e criar um espaço onde outras pessoas com problemas similares possam ser ouvidas”.