Produtora de Steven Spielberg anuncia saída da recém-renovada série Bull

O anúncio da renovação de “Bull” pela rede americana CBS foi tão inesperado que incomodou até Steven Spielberg. O cineasta imaginava um fim misericordioso para a série. Mas, como isso não aconteceu, […]

O anúncio da renovação de “Bull” pela rede americana CBS foi tão inesperado que incomodou até Steven Spielberg. O cineasta imaginava um fim misericordioso para a série. Mas, como isso não aconteceu, sua produtora Amblin anunciou que não vai mais produzir nenhum episódio novo da atração.

A 4ª temporada terá que encontrar nova produtora.

A empresa liderada por Steven Spielberg decidiu abandonar a série por não aceitar a forma como a CBS lidou com o escândalo de bastidores da produção.

A rede precisou pagar US$ 9,5 milhões à atriz Eliza Dushku, como indenização por ela ter sofrido assédio do ator principal da série, Michael Weatherly, e ter sido dispensada após denunciar o incômodo à produção.

Weatherly disse que fez apenas piadas, não sofreu punição e emitiu um comunicado dizendo que não tinha culpa pela demissão da atriz.

Em uma coluna publicada no jornal Boston Globe, Dushku escreveu: “Este não é um caso de ‘ela disse / ele disse’. O comportamento de Weatherly foi capturado nas próprias gravações de vídeo da CBS.”

Na ocasião, Dushku revelou que planejava se encontrar com Spielberg, que tem apoiado o movimento Time’s Up, que defende locais de trabalho seguros e justos para as mulheres. Essa reunião aconteceu em março.

Os diretores de TV de Spielberg, Darryl Frank e Justin Falvey, foram creditados como produtores executivos nas três primeiras temporadas do programa.

Além da Amblin, “Bull” tem como produtoras a CBS TV Studios, estúdio do próprio canal, e a Stage 29 Productions, que pertence ao psicólogo Dr. Phill McGraw, em cuja carreira a série se baseia.

A CBS é a mesma rede que teve seu presidente Les Moonves envolvido em várias denúncias de assédio e abuso sexual, trazidas à tona em reportagens da revista New Yorker, com testemunho de diversas mulheres.

Moonves foi o executivo mais poderoso tolhido pelo movimento #MeToo, que surgiu no final do ano passado, após a exposição dos casos de abuso praticados pelo produtor Harvey Weinstein ao longo de três décadas.

Para evitar ser demitido do comando da empresa, ele pediu demissão em setembro, buscando realizar um acordo milionário para sua saída do cargo.

Desde então, a rede CBS identificou o que classificou de “cultura de abuso” dentro da empresa.