O novo filme do herói “Hellboy” foi eviscerado pela crítica norte-americana. A distribuidora Lionsgate já sabia que tinha uma bomba nas mãos e estabeleceu um longo embargo, liberando as publicações das resenhas apenas na quarta-feira (10/4), dois dias antes da estreia do filme nos Estados Unidos. Entretanto, a tática se provou suicida, já que concentrou a dose de negatividade, que irrompeu de uma só vez em toda a imprensa.
O resultado foi uma “nota” abaixo da média “Transformers”, de apenas 13% de aprovação no agregador Rotten Tomatoes para o longa de Neil Marshall (“Game of Thrones”).
O filme foi enterrado com comparações desfavoráveis às adaptações anteriores dos quadrinhos para o cinema, feitas em 2004 e 2008 pelo cineasta Guillermo Del Toro (“A Forma da Água”) e estreladas por Ron Perlman. Del Toro queria fazer um terceiro filme, mas o estúdio preferiu um reboot para relançar a franquia. Se arrependimento matasse…
“Você percebe o quanto precisa de Guillermo del Toro quando vê o reboot de ‘Hellboy”, publicou o site do crítico Roger Ebert.
O reboot foi considerado genérico, com muita violência gratuita, efeitos visuais baratos, roteiro pavoroso, elenco inexpressivo e nenhuma criatividade. “Um dos piores filmes que você verá este ano”, decretou o site World of Reel.
“A corrida para o pior filme do ano está esquentando. Você poderia até dizer que está mais quente que o inferno, agora que ‘Hellboy’ assumiu a liderança”, ecoou o jornal New York Post.
“Por toda a sua atitude durona e pelos mini-apocalipses de CGI no qual ele luta, está faltando algo neste Hellboy. Ele é uma figura banal de filme de ação, sem o carisma de sua versão anterior”, descreveu o jornal britânico The Guardian.
“São duas horas que parecem três, e a impressão é que ainda assim tem algo faltando”, concordou o jornal San Francisco Chronicle, que ainda lamentou a violência gratuita da produção. “É assim que os filmes de Hollywood seriam se o sindicato de diretores calculasse os salários dos seus profissionais pelo número de cabeças decapitadas”.
“Enquanto Del Toro trouxe muito charme, Marshall entrega tripas, cartilagens e monstros saídos do inferno do CGI. O filme tem duas horas, mas parece uma eternidade, se arrastando incoerentemente de uma cena de ação barulhenta para outra”, descreveu a revista Time Out.
“Violência e vulgaridade substituem o humor e a poesia de Guillermo Del Toro”, descreveu a revista Newsday. “Até os fãs de Hellboy provavelmente desejarão que esta versão do personagem volte para o lugar de onde veio [o inferno]”.
“Marshall e o roteirista Andrew Cosby foram fundo com sua classificação R-Rated (para maiores), apresentando tanto sangue e palavrões que, francamente, fica monótono. As performances fracas e a história incoerente não ajudam em nada”, apontou o jornal The Washington Post.
“Há pouca tensão ou química e o CGI parece barato – deixando esse filme mais parecido com o purgatório do que com uma diversão infernal”, lamentou o jornal britânico Daily Mirror.
“Apesar de seus visuais horripilantes, o verdadeiro vilão do filme é sua escrita podre, que transforma ‘Hellboy’ em sequências de ação constantes costuradas por duas ou três frases e uma vaga sugestão de narrativa”, resumiu o site Vox.
“Feio, desagradável e totalmente sem graça, sem nada a dizer que não comece com um palavrão”, lamentou o jornal inglês Telegraph.
“O fim está chegando”, diz um amigo moribundo de Hellboy quase no começo do filme, e a esta altura eu já estava pensando: ‘Ah, sim, por favor'”, clamou a crítica do New York Times, desejando que tudo acabasse mais rápido.
“Quem, exatamente, estava clamando por um reboot de Hellboy?”, indagou, retoricamente, a revista The Hollywood Reporter. A resposta, claro, eram os fãs de Guillermo Del Toro.
“Já ouviu a frase: ‘Se não está quebrado, não faça um reboot’?”, reforçou o blogue Randy Reviews.
“A única coisa positiva que sobra desse filme é o reconhecimento da visão original de Guillermo del Toro”, concluiu o site We Live Entertainment.
A estreia está marcada para 16 de maio no Brasil, um mês depois do lançamento nos Estados Unidos.