Escuridão de Game of Thrones escancara baixa qualidade de imagem da HBO

O trono de ferro do canal pago HBO ganhou uma coroa de espinhos com a exibição do episódio “The Long Night”, da série “Game of Thrones”, no último domingo (29/4). Além da […]

O trono de ferro do canal pago HBO ganhou uma coroa de espinhos com a exibição do episódio “The Long Night”, da série “Game of Thrones”, no último domingo (29/4). Além da exibição da luta pela sobrevivência na Batalha de Winterfell, vários telespectadores relataram uma batalha paralela, para enxergar alguma coisa na tela.

Exaltado como um feito histórico pelos envolvidos na produção, que trabalharam por 55 noites consecutivas para gravar as cenas, em meio ao frio, à neve, à lama e às chamas, no ar livre invernal da Irlanda do Norte, as imagens da Batalha de Winterfell mal puderam ser percebidas, transformando-se num emaranhado de pixels e sombras na tela.

A opção por gravação noturna contou com um balé de fogos que deveria ser imponente, mas virou uma coleção de pontinhos num borrão marrom escuro. Quem morreu, quem viveu, como eram os mortos-vivos tornaram-se dúvidas para quem via com seus próprios olhos. Até o impacto do terror que saltava da escuridão se perdeu por mergulhar suas garras num pixelado que igualava carne e lama, vivo e morto-vivo.

O episódio bateu recorde de comentários no Twitter. Entretanto, boa parte deles foram reclamações sobre a baixa qualidade da imagem da HBO – que é exibida por diversas operadoras em 720p ou 1080i como HD, e não 1080p, como full HD.

Graças a isso, muita gente tentou migrar da TV para o streaming, o que congestionou a HBO Go e travou o sistema, derrubando a conexão e deixando os fãs sem ter onde assistir a série. Apenas com a imagem de 1080p, exibida para os mais pacientes, que esperaram o carregamento da plataforma, foi possível identificar rostos e gestos em meio à luta da ficção, que simplesmente não apareceram na imagem televisiva.

Mesmo assim, a compressão das imagens foi alta demais (para ser exibida mais rapidamente), impedindo que o alardeado marco das produções televisivas pudesse ser exibido conforme anunciado. O episódio continuou muito escuro e pixelado.

Vale observar que algumas imagens adiantadas pelo canal, em particular os screencaps do trailer, tinham esse mesmo problema. Sem reparar na evidente falta de definição, o padrão de baixa qualidade foi mantido para a exibição.

Fica a dúvida se a captação de imagens da cinegrafia original foi amadora ou se os responsáveis pela transmissão é que foram.

O diretor de fotografia do episódio se chama Fabian Wagner e ele disputou o Emmy de Melhor Fotografia pelo episódio “Hardhome”, outra batalha grandiosa da série. Ele recebeu orientação para usar pouca iluminação, em busca de maior realismo. Mas os produtores não levaram em conta a compressão do sinal e a definição da maioria das TVs.

No momento em que o mercado busca popularizar TVs de 4k, com imagens muito superiores ao 1080p, um tropeço como o da HBO coloca os serviços de streaming rivais em posição de vantagem na disputa pelo público que quer ver com qualidade aquilo pelo que está pagando. Também criticada pela escuridão da 1ª temporada de “Demolidor”, em 2015, a Netflix investiu em tecnologia de compressão e processamento e nunca mais enfrentou reclamações sobre problemas em suas imagens.

Veja abaixo alguns comentários das redes sociais do público brasileiro da série – as mesmas queixas foram repetidas em todo o mundo.