Steven Spielberg não gostou nada de ver “Roma” vencer três Oscars na recente cerimônia da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos Estados Unidos. O famoso cineasta, que é representante do ramo dos diretores no grupo que organiza a premiação, quer usar sua posição e prestígio para impedir que outro filme da Netflix possa voltar a disputar as estatuetas.
Várias publicações da imprensa americana receberam informação de que ele iniciou um movimento para barrar as produções de serviços de streaming, tornando-as inelegíveis à premiação.
Quando jornalistas buscaram confirmar, Spielberg deu seu recado por meio de um porta-voz. “Steven tem fortes opiniões sobre as diferenças entre lançamentos para o streaming e para os cinemas”, disse o assessor de imprensa da Amblin Entertainment, produtora do cineasta. “Ele ficará feliz se outros o apoiarem nesta campanha quando a hora chegar.”
A hora vai chegar em abril, quando acontecerá a próxima reunião de dirigentes da Academia, visando a organização do próximo Oscar.
Ao saber desses planos, a cineasta Ava DuVernay, que venceu um Oscar por seu documentário “A 13ª Emenda”, uma produção da Netflix, revoltou-se nas redes sociais. Lembrando que não poderá se manifestar no encontro, porque o comitê da Academia é restrito apenas aos representantes de cada ramo cinematográfico, ela decidiu deixar demarcar sua posição. “Se isso for verdade, espero que haja cineastas presentes ou que sejam lidas declarações de diretores que, como eu, pensam diferente”.
Não é a primeira vez que Spielberg se posiciona contra serviços como a Netflix. O diretor de 72 anos já havia dito que filmes lançados por empresas de streaming deveriam concorrer ao Emmy, não ao Oscar, porque seriam filmes feitos para a TV.
A aposta da Netflix para o Oscar 2020 é “O Irlandês”, de Martin Scorsese, filme que nenhum estúdio quis bancar.