O ator Luke Perry, que se destacou em papéis nas séries “Barrados no Baile” e “Riverdale”, morreu nesta segunda (4/3) aos 52 anos. Ele foi levado ao hospital na quarta passada (27/2) por paramédicos, após sofrer um AVC (acidente vascular cerebral) severo em sua casa em Sherman Oaks, na Califórnia. Em estado crítico, chegou a ficar em coma induzido, mas veio a falecer após cinco dias internado, acompanhado por sua família.
Nascido Coy Luther Perry III em Mansfield, Ohio, o ator começou sua carreira em novelas matinais (as soup operas americanas) nos anos 1980, antes de ser catapultado para a fama no papel de Dylan McKay em “Barrados no Baile” (Beverly Hills 90210). O personagem do galã rebelde multiplicou seu rosto em capas de revistas, pôsteres e decoração de quartos de garotas adolescentes, dando-lhe status de teen idol, que normalmente era reservado para cantores de boy band. E também levou milhões a torcerem contra e a favor suas atitudes e romances, primeiro com Brenda Walsh (interpretado por Shannen Doherty), depois com Kelly Taylor (Jennie Garth), casais de TV que definiram os anos 1990.
A série criada por Darren Star durou exatamente uma década, entre 1990 e 2000, tornando-se indissociável do período. Mesmo assim, ganhou uma continuação/revival em 2008, do qual Perry se recusou a participar. Ele também optou por não se envolver no novo revival, marcado para o próximo verão norte-americano, que reúne a maioria do elenco original.
Ao contrário dos demais integrantes de “Barrados no Baile”, sua carreira sobreviveu ao final da série, porque ele se antecipou e começou a fazer filmes enquanto a atração experimentava seu auge de popularidade. Entre eles, “Buffy, a Caça-Vampiros” (1992), o thriller “Fronteiras do Crime” (1996) e a sci-fi blockbuster “O Quinto Elemento” (1997). Também se dedicou a dublar animações, fazendo a voz de Rick Jones no desenho do “Incrível Hulk” e de Sub-Zero em “Mortal Kombat: Os Defensores da Terra” (ambos lançados em 1996), além de ter dublado a si mesmo em “Johnny Bravo”.
Perry aproveitou o fim de “Barrados no Baile” para se reinventar, entrando no elenco de uma das primeiras séries da HBO, o drama prisional “Oz”, como um padre num arco de 10 episódios entre a 4ª e a 5ª temporadas. Depois, assumiu o papel-título da cultuada série sci-fi canadense “Jeremiah”, criação de J. Michael Straczynski (de “Babylon 5” e “Sense8”), que durou duas temporadas entre 2002 e 2004.
Mas também tropeçou, ao tentar voltar para a TV aberta com “Windfall” (2006), na rede NBC, e retornar à HBO com “John from Cincinnati” (2007). Ambas foram encerradas na 1ª temporada. Nesse período, ainda fez dezenas de telefilmes – incluindo a sci-fi “Supernova” (2005) – e participações em séries – como “Will & Grace”, “What I Like About You” e “Criminal Minds”.
Um novo filão se abriu nos lançamentos das franquias “Godnight” e “K-9 Adventures”, em telefilmes e produções para homevideo. Na primeira, Perry interpretava um juiz itinerante do velho Oeste chamado John Goodnight. Na segunda, o pai de uma família amorosa e dono de um cachorro-herói. Renderam várias produções, enquanto o ator tentava voltar às séries, em participações recorrentes em “Body of Proof” e no elenco da produção policial canadense “Detective McLean”, cancelada na 1ª temporada.
A volta definitiva se deu em “Riverdale” em 2016, quando assumiu o papel de Fred Andrews, pai do protagonista Archie (K.J. Apa). O personagem foi baleado, concorreu à prefeito e enfrentou os poderosos da cidade, rendendo-lhe um grande desempenho dramático.
“Eu gosto de interpretar o pai de Archie porque eu gosto de ser pai, e eu acho que é um ótimo personagem nessa série, o mais centrado, que realmente se importa com os garotos”, ele disse, em entrevista para a revista The Hollywood Reporter, aludindo ao fato de ter dois filhos crescidos – de seu casamento com Rachel Minnie Sharp (de 1993 a 2003).
Ele estava gravando episódios da 3ª temporada da série, quando faleceu.
Além de ainda poder ser visto em capítulos inéditos de “Riverdale”, Luke Perry também finalizou sua participação no próximo filme de Quentin Tarantino, “Era uma Vez em Hollywood”, onde interpreta, justamente, um ator de séries de TV.