O longo processo de aquisição da Fox pela Disney, que começou em dezembro de 2017, deve ser finalizado na semana que vem. Mais especificamente à meia-noite e dois segundos da quarta-feira que vem, dia 20 de março. A data foi divulgada em comunicado da Disney, que anunciou aos investidores a superação da última barreira internacional (no México) para a compra do estúdio.
O obstáculo derradeiro, criado pelas autoridades mexicanas, foi superado com um compromisso similar ao assumido no Brasil, em que a Disney aceitou vencer os canais esportivos da Fox para outras empresas. A Disney também informou que os executivos da Fox devem decidir logo o quanto de dinheiro vivo e quanto de ações da Disney vão querer para completar os US$ 71,3 bilhões da finalização da compra.
A cifra é consideravelmente maior do que a proposta inicialmente feita pela Disney e aceita pela Fox (US$ 52,4 bilhões). A diferença se deve a uma tática da rival Comcast, empresa proprietária do estúdio Universal, que decidiu entrar em leilão pela Fox, oferecendo mais dinheiro para sua aquisição. Graças a isso, a Disney precisou gastar quase US$ 20 bilhões a mais e se viu sem fôlego para superar a Comcast em outro front: na disputa pela rede de TV paga europeia Sky. A Fox, que detinha parte das ações da Sky, estava prestes a assumir o controle da empresa sediada na Inglaterra, com o compromisso de repassá-la para a Disney, mas a Comcast atropelou as duas, após exaurir as finanças da rival e jogar suas fichas no segundo leilão, ficando com a rede.
Bob Iger, o CEO da Disney, recentemente esteve no Brasil para fechar o acordo no mercado nacional. Após sua vinda, ficou acertado que a empresa venderia o canal pago brasileiro Fox Sports quando assumisse o controle da Fox. Foi a única exigência feita pelo CADE para a aprovação da compra.
Mesmo sem a Fox Sports, a compra da Fox pela Disney inclui estúdios de cinema e TV, redes de TV paga, fatias de empresas de streaming e negócios internacionais do magnata Rupert Murdoch.
A partir da semana que vem, a Disney passará a controlar os estúdios de cinema 20th Century Fox, Fox Searchlight e Fox 2000, as produtoras de TV da Fox, os canais FX e National Geographic, a plataforma Hulu e os estúdios indianos Fox Star, além da fatia que restou na rede britânica Sky.
Ficaram de fora do negócio a rede Fox americana e seus canais de notícias, Fox News, Fox Business, além da Fox Sports. Estas empresas continuam sob controle da família Murdoch e formarão uma nova Fox americana – sem relações com a Fox brasileira.