As atrizes Felicity Huffman, que estrelou “Desperate Housewives” e foi indicada em 2006 ao Oscar de Melhor Atriz por sua atuação em “Transamérica”, e Lori Loughlin, conhecida pela série “Três é Demais” (Full House) e integrante recorrente do atual revival “Fuller House”, foram presas e estão sendo investigadas por pagar suborno para que seus filhos fossem aprovados no equivalente americano ao processo do vestibular. Elas deverão ser soltas após prestar depoimentos.
O suborno teria sido pago pelos investigados para que os filhos fossem aprovados em escolas de alto nível, como Georgetown, Stanford, UCLA e Yale com mudanças nas notas do SAT (o ENEM americano) ou como atletas recrutados, independentemente de suas capacidades atléticas de fato.
Além delas, dezenas de treinadores da divisão de futebol americano universitário, a NCAA Division I, também foram incluídos nas investigações.
Documentos apresentados pelas autoridades mostram que as pessoas investigadas pagaram milhões em propinas para que seus filhos entrassem nessas faculdades. As investigações estão centradas em um homem da Califórnia que “ajudava estudantes a entrar na universidade”. A polícia informou que os pais pagavam para essa pessoa tendo pleno conhecimento do que ele estava fazendo.
Lori e seu marido Mossimo Giannulli foram acusados de pagar US$ 500 mil para a USC (University of South California) em troca das duas filhas serem aprovadas na equipe esportiva da universidade, embora elas não participassem do grupo.
Felicity e seu marido, o ator William H. Macy (protagonista da série “Shameless” e indicado ao Oscar em 1997 de Melhor Ator Coadjuvante por “Fargo”), teriam pago US$ 15 mil para que melhorar a nota do SAT da filha mais velha, visando sua aprovação. Eles também tentaram fazer o mesmo esquema para a filha mais nova, mas desistiram. O FBI gravou conversas telefônicas que comprovariam os crimes, que incluem fraude, suborno e lavagem de dinheiro. Mas Macy não foi indiciado.
As prisões foram resultado de uma operação da polícia federal americana, batizada de Operação Varsity Blues em homenagem a um filme de 1999, batizado no Brasil de “Marcação Cerrada”. Cerca de 200 agente do FBI participaram da investigação e seus desdobramentos.
A promotoria de Boston informou que ainda não decidiu se vai processar os alunos, além dos pais. Mas declarou que as universidades não são responsáveis pelos crimes, mas vítimas.