Sem apresentador e sem filmes independentes, mas com Queen e Lady Gaga, o Oscar 2019 foi um relativo sucesso ou um relativo fracasso na TV dos Estados Unidos, dependendo de como seus números são apresentados.
A audiência da cerimônia contabilizou um aumento de 11,5% em relação ao ano passado e registrou 7,7 pontos na demo (a faixa demográfica de adultos entre 18 e 49 anos, mais relevante para os anunciantes). Cada ponto equivale a 1,3 milhão de adultos na medição da consultoria Nielsen.
Ao todo, 29,6 milhões de telespectadores sintonizaram a transmissão da rede ABC. Um bom resultado diante dos 25,5 milhões que assistiram à premiação do ano passado, quando se registrou o recorde negativo da transmissão.
Entretanto, o alento é pequeno, já que o resultado contabiliza o segundo menor público televisivo da história do Oscar. Antes, o segundo pior desempenho tinha sido registrado em 2008, quando a exibição foi vista por 32 milhões de americanos.
Os produtores da cerimônia não esconderam que o objetivo deste ano era dar mais atenção à premiação de cinema como um programa televisivo. E tinham muitas ideias para atrair público. A maioria delas acabou rejeitada após reação negativa dos membros da Academia – que, nostálgicos, ainda defendem que o Oscar deve ser sobre cinema e não TV.
Entre os planos engavetados estavam um Oscar para Melhor Filme Popular (também conhecido como o Oscar para “Pantera Negra”), exclusão da maioria das performances de candidatos a Melhor Canção e a apresentação de quatro categorias nos intervalos comerciais.
O objetivo de jogar alguns prêmios para fora da transmissão ao vivo era encurtar a premiação. A rede ABC queria uma cerimônia de 3 horas. Com a entrega de todos os troféus, o Oscar acabou durando 3h21. Ainda assim, foi uma das menores cerimônias dos últimos anos.
A falta de um apresentador oficial agilizou o programa. Em vez de um monólogo de abertura, houve rock da banda Queen. E em vez de artistas desconhecidos de filmes independentes, multiplicaram-se os astros da televisão no evento. Quatro deles venceram os Oscars de interpretação.
Apesar de todo esse esforço, que culminou numa péssima seleção de candidatos blockbusters, o programa do Oscar continuou a apresentar números muito baixos, quando comparado aos anos anteriores.
Para se ter noção, em 2014 cerca de 43,7 milhões de pessoas assistiram a “12 Anos de Escravidão” vencer o Oscar ao vivo nos Estados Unidos.