O ator americano Willem Dafoe (“Aquaman”) vai passar uma temporada nas praias do Maranhão. O detalhe é que não serão férias, mas trabalho. Ele esteve no final de dezembro em São Luis e nos Lençóis Maranhenses buscando locações para o longa “Trópico”, que vai produzir e protagonizar.
Com filmagens previstas para abril e estreia em dezembro, o filme será dirigido por sua mulher, a italiana Giada Colagrande.
Será o terceiro trabalho do ator no Brasil, após atuar em palcos paulistanos e cariocas em 2014, com o espetáculo surrealista “A Velha”, de Robert Wilson, e estrelar o último filme de Hector Babenco, “Meu Amigo Hindu” (2015).
Em entrevista para o jornal O Globo, ele revelou que sua conexão com o Brasil é ainda anterior. “Minha relação com o Brasil pode parecer casual, mas nasce de uma paixão de mais de 15 anos, quando conheci Seu Jorge nas filmagens de ‘A Vida Marinha com Steve Zissou” (2004), de Wes Anderson. A gente até gravou o clipe de ‘Tive Razão'”, lembrou o ator de 63 anos.
Em 2011, ele veio pela primeira vez ao país, acompanhando a exibição do filme “Amor Obsessivo”, dirigido por sua esposa, no Festival do Rio.
No elenco de “Tropico”, que terá distribuição nacional pela Pandora Filmes, estão confirmados o velho amigo do ator, Seu Jorge, além de Sonia Braga e Morena Baccarin — a brasileira das séries “Gotham” e “Homeland”, que vai aproveitar a passagem pelo país para participar da 3ª temporada de “Sessão de Terapia” (Globoplay) .
Descrito como um noir ambientado nos Lençóis Maranhenses, em meio a uma comunidade indígena, o projeto, coproduzido no Brasil pela Bidou Pictures, mistura suspense e romance, e conta a história do relacionamento entre um investigador (Dafoe) e duas gêmeas — papel duplo de Morena Baccarin.
Com roteiro de Barry Gifford, parceiro de David Lynch em “Coração Selvagem” (1990) e “Estrada Perdida” (1997), o filme partiu do desejo de Giada de rodar um noir inspirado em clássicos dos anos 1940, como “A Dama de Shanghai” (1947), de Orson Welles, “Gilda” (1946), de Charles Vidor, e “A Carta” (1940), de William Wyler.
“Queria que a trama se passasse num lugar com histórico colonial e exótico para os padrões americanos e europeus”, contou Colagrande para O Globo. “Cogitei o Pelourinho, na Bahia, mas quando vi imagens dos Lençóis Maranhenses fiquei impactada. Eu queria uma terra sagrada que proporcionasse um elemento mágico e espiritual, e o Brasil tem uma mistura enorme de religiões e filosofias europeias e africanas.