A Justiça de Los Angeles rejeitou a ação de assédio sexual movida pela atriz Ashley Judd contra o ex-produtor de Hollywood Harvey Weinstein.
O juiz Philip Gutiérrez decidiu que a atriz pode prosseguir com seu processo por difamação, mas que sua denúncia de assédio sexual não se enquadra na legislação da Califórnia.
Ashley acusa o outrora influente produtor — denunciado por abuso sexual por centenas de mulheres — de ter arruinado sua carreira por ela não ter cedido às tentativas de assédio. Segundo a ação, Weinstein convenceu o diretor Peter Jackson a não contratar a atriz para o elenco de “O Senhor dos Anéis”, assegurando que seria “um pesadelo” trabalhar com ela.
O diretor Peter Jackson confirmou, em dezembro de 2017, que Weinstein fez comentários na década de 1990 para desprestigiar atrizes que depois o acusaram de assédio ou abuso sexual. Ele estaria disposto a testemunhar, mas não será preciso, porque Weinstein não teria praticado nenhum crime.
A rejeição do processo de Ashley Judd significa que arruinar carreiras de atrizes que não se submetem à assédio é absolutamente legal.
Guitiérrez esclareceu que o assédio só é caracterizado em uma relação de trabalho já constituída, o que “não foi o caso”.
Como as atrizes só assinam contratos por obra, elas estariam todas sujeitas a sofrer retaliações caso não aceitem o assédio para obter um papel, ficando impedidas de arranjar novos contratos por pressão de assediadores contrariados. Tudo dentro da lei, segundo o entendimento do juiz.
Apenas atrizes sob contrato poderiam denunciar assédio em casos específicos e relativos à atividade trabalhista.