A atriz australiana Ruby Rose foi anunciada como a intérprete da próxima super-heroína televisiva da DC Comics. Ela vai interpretar Batwoman numa nova série da rede americana CW.
O produtor Greg Berlanti, criador e responsável pelo chamado “Arrowverse”, queria uma atriz lésbica para interpretar a personagem, que também é lésbica nos quadrinhos. E Ruby Rose é a mais famosa lésbica assumida do cinema atual. Ex-VJ da MTV Austrália, ela estreou nas séries americanas em 2015 ao participar de uma temporada em “Orange Is the New Black”, de onde saiu para estrelar diversos blockbusters de ação consecutivos, como “Resident Evil 6: O Capítulo Final”, “xXx: Reativado”, “John Wick: Um Novo Dia Para Matar” e “Megatubarão”, que estreia nesta quinta (9/8) nos cinemas.
Ela vai encarnar Kate Kane, a Batwoman, num crossover previsto para ir ao ar no final do ano na CW. Nesta história, a nova heroína irá contracenar com os personagens de “Arrow”, “The Flash” e “Supergirl”. E depois, caso a audiência confirme as expectativas, ganhará sua própria série semanal, com lançamento planejado para 2019.
Caroline Dries será a roteirista e showrunner do projeto. Ela tem uma longa história junto à CW, tendo trabalhado como roteirista e produtora em “The Vampire Diaries” e “Smallville”, e compartilha a mesma orientação sexual da heroína.
Para quem não acompanha quadrinhos, é interessante saber que Batwoman foi a primeira heroína de Gotham City. Kate Kane, a versão feminina de Batman, surgiu 12 anos antes de Batgirl, criada por Edmond Hamilton e Sheldon Moldoff em 1956 como possível interesse romântico do Homem-Morcego, em resposta às alegações sobre a suposta homossexualidade do herói – denunciada pelo controvertido livro “Sedução dos Inocentes”. Isto acabou se tornando irônico, devido ao posterior desenvolvimento da personagem.
A fase original acabou em 1964, quando o editor Julius Schwartz resolveu cortar a maioria dos coadjuvantes supérfluos de Batman – havia até um batcão. E Batwoman só foi retornar com força em 2006, numa versão repaginada pelo evento “52”, que rebutou os quadrinhos da editora. Foi nessa volta que ela se assumiu lésbica, tornando-se a mais proeminente heroína LGBTQ+ da editora.
Apesar disso, esta opção sexual não foi facilmente assimilada pela Warner, que demorou a incorporar a personagem em seus projetos da DC Comics. Até a animação que tinha seu nome no título, “Batman: O Mistério da Mulher-Morcego”, optou por retratar a heroína com uma identidade diferente. Mas os tempos evoluem e, há dois anos, a animação “Batman: Sangue Ruim” finalmente debutou a versão atual de Kate Kane, com a voz de Yvonne Strahosky (da série “The Handmaid’s Tale”) e a mesma orientação sexual dos quadrinhos.
Agora, Ruby Rose será a primeira atriz a interpretar uma versão “live action” de Batwoman.
A heroína vai chegar à TV após a série “Arrow” fazer uma citação explícita a Gotham City – e Bruce Wayne – num episódio de outubro passado, e após a passagem da policial Maggie Sawyer (vivida por Floriana Lima) em “Supergirl”. Maggie e Kate Kane chegaram a noivar nos quadrinhos. As duas só não casaram porque a DC vetou, o que levou à demissão dos responsáveis pela história do casal em 2013. Avanços e retrocessos.
A previsão de exibição do crossover é para dezembro nos Estados Unidos, e a aprovação da série de “Batwoman” vai depender da repercussão da história. No crossover passado, o Arrowverse introduziu o herói gay Ray, vivido por Russell Tovey (da série inglesa “Being Human”). E esse personagem ganhou uma série animada.