Dublês profissionais e o Sindicato dos Atores dos Estados Unidos, que também representa os dublês em Hollywood, decidiram se manifestar em repúdio contra o acidente revelado por Uma Thurman ao jornal The New York Times no sábado passado (3/2). Na entrevista, a atriz contou ter sofrido um acidente de carro durante as filmagens de “Kill Bill”, em 2003, e que o caso teria sido abafado pelos produtores.
O diretor dos filmes, Quentin Tarantino, insistiu para a atriz fazer a cena em alta velocidade de forma a conseguir fotografar o vento levantando os cabelos dela. Com a revelação de um vídeo da batida, Tarantino se desculpou dizendo que foi “um dos maiores arrependimentos” de sua vida.
“Ela poderia ter morrido por decapitação”, afirmou o dublê veterano Andy Armstrong à revista The Hollywood Reporter, após ver o vídeo do acidente, que resultou em uma concussão e em ferimentos nos joelhos da atriz. “O carro poderia facilmente ter capotado e a câmera vindo para a frente. Foi irresponsabilidade em um nível imenso”, completou.
Em seu relato, Uma Thurman disse que não se sentiu confortável dirigindo o carro e pediu um dublê, que Tarantino teria recusado por causa do custo, afirmando que era uma estrada reta.
Outra dublê com longa experiência, Melissa Stubs, destacou que não é responsabilidade da atriz convencer o diretor que ela não deve fazer a cena. “Por isso, é preciso um coordenador de dublês com experiência”, disse ela.
“A situação descrita pedia um dublê e a filmagem com Uma provavelmente seria uma violação de segurança”, disse um porta-voz do Sindicato dos Atores. “Em geral, apenas dublês profissionais deveriam interpretar essas cenas com a supervisão de um coordenador especializado para garantir uma performance segura e correta.”
A responsabilidade pela segurança de Uma no set era dividida entre os produtores, Tarantino e o coordenador de dublês, que no caso era Keith Adams.