A Vídeo Express, uma das últimas redes de videolocadoras do interior de São Paulo, fechou as portas neste sábado (27/12), em Bauru.
De acordo com a proprietária Cristina Shibukawa, depois de 25 anos de forte presença no mercado regional, onde chegou a ter nove lojas, a empresa foi vencida pela pirataria e pelas novas tecnologias do setor. “Não dá mais para competir com os piratas e nem eles conseguem fazer frente aos provedores globais de filmes e séries de televisão”, disse.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Cristina lembrou que a empresa começou como um negócio familiar na primeira metade dos anos 1990. “Meu marido atua na área de propaganda e marketing e, naquela época, as pessoas estavam deixando de ir ao cinema para ver filmes em casa.”
Em poucos anos, o negócio se ampliou e o casal abriu lojas em vários bairros da cidade. “A gente chegava a ter filas para alguns lançamentos”, recorda. Até que… “As pessoas começaram a baixar os filmes pela internet”.
Dados divulgados pela União Brasileira de Vídeo (UBV) apontam que, entre 2003 e 2005, havia quase 14 mil locadoras no Brasil.
Mas a pirataria online e a chegada dos serviços de streaming, como a Netflix, levaram ao fechamento de grande número de videolocadoras a partir de 2009. Uma a uma, as lojas foram fechadas.
Em 2015, a maior rede do pais, 100% Vídeo, com sede em Campinas, fechou as portas “devido à diminuição do mercado”. A maior representante do mercado de filmes cult, a 2001 Vídeo, da capital paulista, mudou de atividade no mesmo ano e hoje atua apenas no e-commerce.
Um documentário, “CineMagia — A História das Videolocadoras de São Paulo”, foi lançado no final do ano passado sobre a trajetória das videolocadoras em São Paulo. Nele, o diretor Alan Oliveira capturou o último suspiro das maiores redes. “Foi tudo muito rápido”, ele disse para a revista Veja São Paulo.