A atriz Rose McGowan publicou na terça-feira (30/1) seu livro de memórias, em que detalha o abuso sexual cometido por Harvey Weinstein. Intitulado “Brave” (Valente, em tradução literal), o livro da estrela da série “Charmed” e de filmes como “Planeta Terror” (2007) e “Conan, o Bárbaro” (2011) descreve um episódio que teria acontecido em 1997, durante o Festival de Cinema de Sundance.
Rose McGowan tinha 23 anos quando Weinstein a convocou para uma reunião de trabalho a ser realizada em um restaurante, mas que foi transferida para o quarto de hotel do produtor. Ao fim de meia-hora de conversa, Weinstein a despiu e a obrigou a fazer sexo oral na jacuzzi.
“Eu me senti muito suja. Eu tinha sido estuprada e estava triste até as profundezas do meu ser. Fiquei pensando que ele esteve sentado atrás de mim no cinema na noite que antecedeu (o estupro). Não era minha responsabilidade, mas era como se eu tivesse feito algo para tentá-lo. Isso me fez sentir ainda mais doente e suja”, escreveu.
A atriz, que se refere no seu livro a Weinstein como “o monstro”, disse ter contado o que aconteceu ao ator Ben Affleck, com quem trabalhou em “Indo Até o Fim” (1997) e “Fantasmas” (1998). “Eu disse a ele para parar de fazer isso”, teria respondido o ator, segundo a versão de McGowan, que não foi confirmada por Affleck.
Weinstein pagou posteriormente US$ 100 mil a McGowan em um acordo que a impedia de denunciá-lo.
Por conta desse acordo, ela não quis ser entrevistada pelo jornal New York Times para a reportagem que denunciou o produtor em outubro do ano passado, embora seu nome tivesse sido citado no texto. Ela também não se pronunciou na reportagem da revista New Yorker, publicada logo em seguida com denúncias mais graves, inclusive de estupro. Mas após o escândalo sexual se tornar público, tornou-se uma das vozes mais estridentes do movimento #MeToo no Twitter.