Outra mulher acusou o ator Dustin Hoffman de assédio sexual. A denúncia foi feita na sexta (8/12), num artigo publicado pelo site da revista The Hollywood Reporter.
O astro veterano, estrela de “A Primeira Noite de um Homem” (1968), “Tootsie” (1982), “Rain Man” (1988) e muitos outros filmes, já havia sido acusado de tocar mulheres de forma imprópria. Agora, foi a vez da atriz Kathryn Rossetter (“Sem Medo de Viver”) declarar ter sido apalpada várias vezes por Hoffman entre 1983 e 1985, quando os dois atuaram juntos numa montagem teatral “A Morte do Caixeiro Viajante”.
No texto, ela afirma que o ator “abusa de seu poder e é um porco com as mulheres”. O longo relato revela que Hoffman a ajudou a obter seu primeiro papel na Broadway, mas se aproveitou disso para transformar a conquista em uma “experiência horrível e desmoralizadora”.
Durante uma apresentação em Chicago, na qual ela vestia lingerie e cinta-liga — como exige seu papel —, Hoffman resolveu “improvisar”, introduzindo sua mão nas partes íntimas da atriz. Os toques se repetiram de forma “cada vez mais agressiva”, em “quase todas as apresentações” e umas “seis a oito vezes por semana”.
“Noite após noite, voltava para casa chorando”, ela contou.
“Por que o homem que havia se esforçado para que eu conquistasse o papel, que o havia valorizado e, definitivamente, lançou minha carreira, que me beneficiou com seus conhecimentos de ator, também podia abusar sexualmente de seu poder? Era minha culpa?”, questionou.
Hoffman também lhe teria pedido, reiteradamente, que massageasse seus pés no camarim, insistindo para que ela fosse “cada vez mais alto” em suas pernas – o que ela teria se negado a fazer.
Kathryn explicou que não podia protestar, porque seu camarim ficava muito perto do palco, e o ajudante do ator montava guarda na frente da porta.
A atriz afirma que se propôs a denunciar a conduta de Hoffman a um sindicato de atores de teatro, mas que “profissionais respeitados” a convenceram a recuar, “já que punha seu trabalho em risco”.
Em meio às revelações do caso Weinstein, no final de outubro, a assistente de produção Anna Graham Hunter acusou o ator de ter apalpado suas nádegas e de ter-lhe feito propostas sexuais em 1985, quando tinha apenas 17 anos. Por coincidência, isto aconteceu nos bastidores da adaptação cinematográfica da mesma peça, “A Morte de um Caixeiro-Viajante”.
Na ocasião, Hoffman divulgou uma breve nota, defendendo-se das acusações.
“Tenho um grande respeito pelas mulheres e me sinto terrível que qualquer coisa que tenha feito as tenha colocado em uma situação desconfortável. Sinto muito. Não é um reflexo de quem eu sou”, completou.
Depois disso, ele envolveu num bate-boca com o apresentador de TV John Oliver, que trouxe o assunto à tona durante um debate com o ator. Hoffman ainda não comentou as novas acusações.
O trabalho mais recente do ator é o filme “Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe”, da Netflix, que foi exibido no Festival de Cannes 2017.