A atenção da mídia à luta do diretor francês Roman Polanski para se livrar de sua antiga acusação de estupro de menor, dos anos 1970, teve um efeito inesperado para a defesa do cineasta, atualmente com 84 anos. Mais mulheres surgiram com denúncias de abuso sexual de décadas atrás.
A mais recente se chama Renate Langer, atriz alemã vista em “Amor de Menina” (1983) e “A Armadilha de Vênus” (1988), hoje com 61 anos. De acordo com o New York Times, a polícia suíça está comandando a investigação do caso, que aconteceu, segundo Langer, duas vezes em 1972, quando ela tinha 15 anos e Polanski 39.
Na denúncia, a vítima afirmou que o primeiro estupro aconteceu na casa do cineasta em Gstaad, na Suíça. Logo após, Polanski teria convidado Langer para figurar num filme seu como pedido de desculpas. Assim, o segundo abuso aconteceu, após as filmagens de “Que?”, de 1972, em Roma. A atriz revelou que, para se defender, chegou a jogar uma garrafa de vinho e outra de perfume no diretor.
Ainda segundo Renate Langer, durante anos a única pessoa a saber do caso foi um ex-namorado. A família da moça não foi comunicada sobre o abuso. “Minha mãe teria um ataque cardíaco. Eu tinha vergonha, me sentia perdida e sozinha”, declarou a atriz.
Outras acusações partiram da atriz britânica Charlotte Lewis (“O Rapto do Menino Dourado”), que teria acontecido em em 1983, quando ela tinha 16 anos, e de uma mulher identificada apenas como Robin, que acusa o diretor de tê-la estuprado nos anos 1970, quando ela também tinha 16 anos.
O caso mais famoso, no entanto, é o de Samantha Geimer, que em 1978, aos 13 anos, foi estimulada a consumir álcool e drogas durante uma festa na casa do ator Jack Nicholson antes de ser estuprada pelo cineasta. Na época, Polanski chegou a ser preso, mas após obter liberdade condicional fugiu dos Estados Unidos para a França, de onde, por ser cidadão francês, não poderia ser deportado.
Ele vinha lutando na justiça americana para provar que teria cumprido a pena, ao aceitar um acordo do promotor para passar o período que passou na prisão. Contava, inclusive, com o apoio de Geimer, para quem a longa duração do caso de quatro décadas só trouxera infelicidades. Ela foi compensada financeiramente por Polanski e ainda escreveu um livro sobre sua história.