O lendário ator francês Gérard Depardieu lançou um livro de memórias, intitulado “Monstre” (Monstro), em que faz um balanço amargo de sua vida. Lançado na quinta (26/10), o livro mistura relatos sobre suas relações com mestres do cinema a reflexões sobre textos de alguns de seus escritores prediletos, e é repleto de comentários pessimistas sobre a humanidade.
“Como podemos continuar avançando em uma civilização que pouco a pouco está perdendo suas razões de ser?”, questiona o ator num trecho, retomando uma reflexão do autor austríaco Stefan Zweig, que se suicidou em fevereiro de 1942, atormentado pela agonia do mundo.
Depardieu fala também da sua infância miserável em Berry, no centro da França, e de seu pai, “Dédé”, que “nunca tinha visto o mar”. Conta como descobriu o teatro, seu encontro com figuras como Claude Régy e Marguerite Duras, e como os cineastas Bernardo Bertolucci, Marco Ferreri e François Truffaut mudaram a sua vida.
Ele descreve a si próprio, aos 68 anos, como um homem cansado das “normas”, que celebra “a violência dos excessos”.
E fala sobre a morte, que define como “um belo ponto de exclamação sobre o que foi vivido”.