Rodado em 60mm, como os épicos de outrora, e com aviões e navios reais na locação verdadeira da história, “Dunkirk” arrastou multidões aos cinemas norte-americanos, abrindo em 1º lugar nas bilheterias em seu fim de semana de estreia.
Superando expectativas da indústria, o longa dirigido por Christopher Nolan faturou US$ 50,5 milhões e dobrou a arrecadação com seu desempenho no mercado internacional.
De forma inesperada para muitos, o filme de guerra à moda antiga deu um pau na sci-fi com efeitos digitais mirabolantes “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas”, que era a outra grande estreia da semana. A produção mais cara já dirigida pelo francês Luc Besson fracassou de forma retumbante, rendendo apenas US$ 17 milhões e um modesto 5º lugar no ranking.
Publicações especializadas tinham cravado que “Dunkirk” teria dificuldades para abrir com mais de US$ 40 milhões, devido ao tema. Filmes sobre a 2ª Guerra Mundial não costumam virar blockbusters. Mas os lançamentos do diretor Christopher Nolan, responsável pela trilogia “Batman: O Cavaleiro das Trevas”, “A Origem” e “Interestelar”, nunca decepcionaram a Warner, que investiu uma fortuna em marketing para sua divulgação, praticamente dobrando os gastos de US$ 100 milhões de seu orçamento. A aposta era mais no prestígio, com possibilidade de Oscar, do que em lucro. Mas parece que “Dunkirk” vai render algum troco.
Para dar dimensão a seu feito, a maior bilheteria de filme de guerra na América do Norte tem quase 20 anos. É “O Resgate do Soldado Ryan”, de Steven Spielberg, que rendeu US$ 216,5 milhões em 1998, mas abriu com bem menos que “Dunkirk”: US$ 31 milhões.
A estreia no Brasil está marcada para quinta-feira (27/7).
Já “Valerian e a Cidade dos Mil Planetas” tem o potencial de quebrar a produtora de Besson, EuropaCorp. O cineasta se reforçou com parceiros na produção. Mesmo assim, os custos são de outro mundo.
Para começar, o orçamento é o dobro de “Dunkirk”. Trata-se do primeiro filme europeu que custou mais de US$ 200 milhões. E as despesas de marketing são tratadas como segredo de estado, pois devem aumentar muito a hemorragia financeira.
Enquanto “Dunkirk” foi elogiado pela crítica, com 92% de aprovação no Rotten Tomatoes, “Valerian” dividiu opiniões, entre aplausos pelo visual impressionante e vaias para o roteiro nonsense. O crítico do site The Hollywood Reporter chegou a afirmar que o filme era favorito ao Framboesa de Ouro 2018, mas opiniões menos rigorosas elevaram a média do filme para 54%. Ou seja, não é um lixo, é apenas medíocre.
A sci-fi chega aos cinemas brasileiros em 10 de agosto.
Entre os dois extremos do Top 5, o ranking ainda reservou uma enorme surpresa. A comédia “Girls Trip”, que não tem título nacional nem previsão de lançamento no Brasil, estreou em 2º lugar, com US$ 30,3 milhões, num desempenho que ninguém previu.
O resultado representou a maior abertura da carreira do diretor Malcolm D. Lee (“O Natal dos Amigos Indiscretos”, “Um Salão do Barulho 3”, etc). E com 89% de aprovação no Rotten Tomatoes, não repetiu o vexame crítico da outra comédia recente sobre viagens de amigas, “A Noite é Delas”, fracasso completo que sorrateiramente sumiu do cronograma de estreias do Brasil.
“Girls Trip” se mostrou mais que “Uma Noite É Delas” com atrizes negras. Para começar, reforçou a ótima química entre as atrizes Queen Latifah (série “Star”) e Jada Pinkett Smith (série “Gotham”), que voltaram a filmar juntas 21 anos após estrelarem “Até as Últimas Consequências” (1996).
Viajam junto com elas Regina Hall (“Pense como Eles”), que estreou no cinema na primeira comédia do diretor, “Amigos Indiscretos” (1999), e Tiffany Haddish (“Keanu: Cadê Meu Gato?!”).
As quatro vivem melhores amigas que resolvem curtir o carnaval de Nova Orleans, onde reencontram o espírito juvenil, dançando, brigando e flertando até corar. Entre os alvos masculinos de sua energia está ninguém menos que Mike Colter (o astro da série Luke Cage”).
Vale observar que logo abaixo de “Girls Trip” – e acima de “Valerian” – estão pesos-pesados como “Homem-Aranha: De Volta para Casa” e “Planeta dos Macacos: A Guerra”, filmes de franquias, que disputavam o topo do ranking.
O detalhe é que o filme das férias femininas, que impediu as superproduções de assegurarem ou manterem o 2º lugar, foi feito por apenas US$ 20 milhões.
BILHETERIAS: TOP 10 América do Norte
1. Dunkirk
Fim de semana: US$ 50,5 milhões
Total EUA: US$ 50,5 milhões
Total Mundo: US$ 105,9 milhões
2. Girls Trip
Fim de semana: US$ 30,3 milhões
Total EUA: US$ 30,3 milhões
Total Mundo: US$ 30,3 milhões
3. Homem-Aranha: De Volta para Casa
Fim de semana: US$ 22 milhões
Total EUA: US$ 251,7 milhões
Total Mundo: US$ 571,7 milhões
4. Planeta dos Macacos: A Guerra
Fim de semana: US$ 20,4 milhões
Total EUA: US$ 97,7 milhões
Total Mundo: US$ 174,8 milhões
5. Valerian e a Cidade dos Mil Planetas
Fim de semana: US$ 17 milhões
Total EUA: US$ 17 milhões
Total Mundo: US$ 17 milhões
6. Meu Malvado Favorito 3
Fim de semana: US$ 12,7 milhões
Total EUA: US$ 213,3 milhões
Total Mundo: US$ 727,4 milhões
7. Em Ritmo de Fuga
Fim de semana: US$ 6 milhões
Total EUA: US$ 84,2 milhões
Total Mundo: US$ 118,6 milhões
8. The Big Sick
Fim de semana: US$ 5 milhões
Total EUA: US$ 24,5 milhões
Total Mundo: US$ 24,6 milhões
9. Mulher-Maravilha
Fim de semana: US$ 4,6 milhões
Total EUA: US$ 389 milhões
Total Mundo: US$ 779,4 milhões
10. 7 Desejos
Fim de semana: US$ 2,4 milhões
Total EUA: US$ 10,5 milhões
Total Mundo: US$ 10,5 milhões