O ator sueco Michael Nyqvist, que estrelou a trilogia “Millennium” original, ao lado de Noomi Rapace, morreu nesta terça-feira (27/6) após uma batalha contra um câncer de pulmão, confirmou seu representante. Ele tinha 56 anos.
“Em nome dos representantes e da família de Michael Nyqvist, é com profunda tristeza que venho confirmar que nosso amado Michael, um dos atores mais respeitados e completos da Suécia, morreu calmamente cercado pela família depois de uma batalha de um ano com câncer de pulmão”, disse o representante em um comunicado. “A alegria e a paixão de Michael eram infecciosas para quem o conhecia e amava. Seu encanto e carisma eram inegáveis, e seu amor pelas artes era sentido por todos os que tiveram o prazer de trabalhar com ele”.
Nyqvist começou a carreira no final dos anos 1980 e deslanchou na década seguinte com papéis em diversas produções da TV escandinava. Mas foi só a partir de “Bem-Vindos” (2000), do conterrâneo Lukas Moodysson, que começou a ganhar reconhecimento. Pelo papel de marido com problemas de raiva, obteve sua primeira indicação a um prêmio nacional de melhor ator.
Após este papel, seguiram-se o protagonismo em “A Vida no Paraíso” (2004), de Kay Pollak, que foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, e a aventura medieval “Arn: O Cavaleiro Templário” (2007), transformada em minissérie três anos depois.
Ele fez sua estreia em inglês em “Distúrbios do Prazer” (2008), dirigido por outro conterrâneo, Johan Renck (série “The Last Panthers” e clipes de David Bowie e Madonna), um ano antes de viver o personagem que lhe deu projeção internacional.
Nyqvist protagonizou “O Homens que Não Amavam as Mulheres” em 2009, dando vida ao jornalista Mikael Blomkvist, editor da revista Millennium, que aceita a oferta de um milionário para investigar que fim levou uma mulher desaparecida há 40 anos. Para isso, alista uma hacker punk, chamada Lisbeth Salander, que o ajuda a descobrir uma antiga conspiração para esconder um serial killer de uma família tradicional sueca.
O filme inaugurou uma trilogia inspirada nos livros do escritor Stieg Larsson, que projetou a carreira dos principais envolvidos em sua produção, desde Nyqvist e Noomi Rapace (a intérprete de Salander), até o diretor Niels Arden Oplev e o roteirista Nikolaj Arcel. Todos foram contratados por Hollywood. Mas não participaram do remake americano da produção, no qual o papel de Mikael Blomkvist foi interpretado pelo inglês Daniel Craig.
Após o sucesso de “Os Homens que Não Amavam as Mulheres”, “A Menina Que Brincava com Fogo” e “A Rainha do Castelo de Ar”, o ator foi escalado como vilão de “Missão: Impossível – Protocolo Fantasma” (2011), seu filme de maior alcance mundial.
A projeção lhe permitiu ficar por Hollywood, trabalhando em produções variadas como o drama indie “Os Desconectados” (2012), a sci-fi “Viagem à Lua de Júpiter” (2013) e o thriller de ação “De Volta ao Jogo” (2014).
Entre seus últimos trabalhos destacam-se “A Jovem Rainha” (2015), no qual viveu o chancelar da Rainha Kristina da Suécia, “Amor e Revolução” (2015), em que encarnou o líder de uma seita que tortura psicologicamente Emma Watson, e “Invasão de Privacidade” (2016), um filme de ação estrelado por Pierce Brosnan.
Ele ainda completou seu trabalho em três produções inéditas: a minissérie “Madiba”, sobre Nelson Mandela, e os filmes “Radegund”, drama passado na 2ª Guerra Mundial com direção de Terrence Malick, e “Hunter Killer”, thriller coestrelado pelos britânicos Gerard Butler e Gary Oldman. Além destas obras, até recentemente estava filmando “Kursk”, do dinamarquês Thomas Vinterberg.