Protagonista de “Rei Arthur: A Lenda da Espada”, o inglês Charlie Hunnam está aproveitando o passeio por São Paulo, onde chegou no domingo (14/5). Fã de futebol, ele assistiu ao jogo entre Palmeiras e Vasco no Allianz Parque, um dia antes de falar com a imprensa sobre a produção, que fracassou em sua estreia nos Estados Unidos neste fim de semana.
Na entrevista coletiva, ele não fugiu do roteiro básico de divulgação, dizendo-se fã das histórias do Rei Arthur e assumindo a responsabilidade da tentativa de atualizar o personagem para o público do século 21.
Ao mesmo tempo, ele sabe qual é o melhor filme sobre Arthur já feito. Hunnam disse ter visto “Excalibur” (1981), de John Boorman, pelo menos 15 vezes na infância.
Ele conta que foi justamente por isso que, ao saber da produção do novo filme, buscou encontrar o diretor Guy Ritchie para pedir o papel. “Eu não estava na lista inicial de potenciais atores”, revelou, considerando que o fato de ter interpretado papéis em produções norte-americanas, como a série “Sons of Anarchy”, pode ter feito as pessoas esquecerem que ele é um ator britânico.
Segundo o ator, a intenção do novo filme era fazer o público sentir-se na pele de Arthur. “O que aconteceria se alguém descobrisse, amanhã, que é o rei da Inglaterra ou do Brasil?”. A ideia, explicou, era fugir da versão tradicional em que “um homem nobre segue em uma nobre jornada e vira um nobre rei”.
“Acho que você tem uma responsabilidade maior se você vai contar uma história que já foi contada inúmeras vezes. Você precisa trazer algo único, tentar fazê-la original, nova e fresca, mas, ao mesmo tempo, fiel aos conceitos originais”, explicou.
No filme dirigido por Guy Richie, Arthur é um jovem criado em um bordel, sem ter conhecimento de sua linhagem real. Seu pai, o verdadeiro rei, foi assassinado pelo tio Vortigern (Jude Law), que usurpa o trono de Camelot. E enquanto cresce, Arthur torna-se uma espécie de trambiqueiro valentão, que só toma conhecimento do passado ao ser intimado a tentar tirar a lendária espada Excalibur da rocha em que se encontra cravada, feito que só poderia ser realizado pelo rei legítimo. Esta parte da lenda, ao menos, foi mantida.
Hunnam considera que sua versão do Rei Arthur seria capaz de render maior identificação entre as novas gerações que as adaptações clássicas. Mas não foi exatamente isso que se viu nos resultados das bilheterias – não apenas na América do Norte, onde o filme orçado em US$ 175 milhões implodiu com uma abertura de US$ 14,7 milhões, mas também no mercado internacional, rendendo pífios US$ 5 milhões na China.
No Brasil, a estreia está marcada para quinta (18/5).