Um livro utilizado em algumas escolas particulares de ensino fundamental do Uruguai vem sendo alvo de críticas por recorrer ao desenho dos Smurfs, personagens dos quadrinhos do belga Peyo, para ensinar o sistema comunista. A questão se tornou tão séria que será discutida por autoridades, informou um porta-voz do setor educativo do governo uruguaio.
O livro se chama “Uy-XX”, uma publicação da editora Índice, concebido para alunos do 6º ano do ensino fundamental.
Segundo o texto, na sociedade comunista, assim como na aldeia dos Smurfs, “ninguém passa fome” e “todos têm casas”. Além disso, na aldeia dos personagens azuis, “o poço de água é para uso coletivo, não é de ninguém e é de todos”.
As comparações vão além. “Todos têm obrigações com a comunidade, por exemplo, se encarregam daquilo que sabem fazer. O Smurf cozinheiro cozinhará, o Smurf carpinteiro consertará o que quebrar, e assim cada um da comunidade oferece o seu trabalho e recebe a contribuição dos demais. O comunismo poderia ser uma situação similar”, continua o texto.
O livro não faz parte do currículo da educação pública, mas é adotado por algumas escolas particulares, de acordo um porta-voz da Administração Nacional de Educação Pública do Uruguai (Anep). Sua distribuição para crianças do ensino fundamental será abordada durante uma reunião da Anep para analisar “uma futura estratégia em torno deste tipo de publicação” e seus conteúdos.
Ao contrário do que o livro ensina, os Smurfs pertencem a uma franquia capitalista muito bem-sucedida. Sua próxima animação, “Os Smurfs e a Vila Perdida”, tem produção da multinacional Sony e estreia em 30 de março no Brasil.