Os estúdios Universal anunciaram que o remake de “Scarface” será escrito pelos irmãos Joel e Ethan Coen (de “Fargo” e “Onde os Fracos não Tem Vez”). O lançamento do filme nos Estados Unidos também ganhou data: 10 de agosto de 2018.
O estabelecimento de uma data foi importante para ressaltar a seriedade da Universal em relação ao projeto. Afinal, a impressão passada, ao confirmar novos roteiristas a esta altura do campeonato, é de fatiga, comprovando que o estúdio ainda não encontrou a história que procura.
Vale lembrar que os planos do remake têm uma década. Antes da entrada dos irmãos Coen no projeto, a Universal contratou David Ayer (“Esquadrão Suicida”) para escrever o primeiro roteiro, Paul Attanasio (“Donnie Brasco”) para revisá-lo, Jonathan Herman (“Straight Outta Compton: A História do NWA”) para refazê-lo e, há apenas cinco meses, Terence Winter (criador da série “Boardwalk Empire”) para começar tudo novamente.
A produção está a cargo de Martin Bregman, responsável pela versão lançada nos anos 1980, que foi dirigida por Brian de Palma e estrelada por Al Pacino. Mas ainda não há diretor confirmado, após David Yates (“Animais Fantásticos e Onde Habitam”) e Antoine Fuqua (“Sete Homens e um Destino”) desistirem, diante da demora da aprovação do roteiro.
O protagonista, porém, já está definido. O filme será estrelado pelo mexicano Diego Luna (“Rogue One: Uma História Star Wars”).
Inspirada na ascensão de Al Capone, a história de “Scarface” já rendeu dois filmes cultuados: o original de 1931, dirigido por Howard Hawks e, segundo a lenda, aprovado pelo próprio Capone, e o remake de 1982, uma versão latina do gângster levada à extremos pelo diretor Brian De Palma.
O enredo de ambas as versões centra-se num imigrante, que procura ascender na sociedade por meio do submundo do crime. No primeiro filme, o personagem principal era um italiano (interpretado por Paul Muni), enquanto na versão dos anos 1980 era um cubano (Al Pacino). Ambos buscavam concretizar seu “sonho americano” através da violência.
Nesse contexto, a escalação de Luna, um ator mexicano, deve ter repercussão direta na trama, ao ecoar a política de Donald Trump em relação às fronteiras dos Estados Unidos.