A atriz Vic Militello, que marcou época na novela clássica “Estúpido Cupido” e conquistou novas gerações em “Florbella”, morreu neste sábado (28/1), aos 73 anos. Ela estava fazendo tratamento contra um câncer.
Filha de artistas circenses, a paulistana Vicência Militello Martelli aprendeu a atuar no picadeiro, com os pais, Dirce Militello e Humberto Militello, apresentando-se em viagens pelo interior do Brasil.
Não por acaso, firmou rapidamente sua carreira no teatro, destacando-se em “A Celestina” (1969) e “A Menina e o Vento” (1972), ao mesmo tempo em que dava os primeiros passos no cinema. A estreia na tela grande foi com participações em chanchadas de Fauzi Mansur, mas logo enveredou pelas pornochanchadas, sendo dirigida até por José Mojica Marin, o Zé do Caixão, no terror erótico “Como Consolar Viúvas (1976).
Entre “O Poderoso Machão” (1974) e “Eu Faço… Elas Sentem” (1976), acabou encaixando um clássico do cinema brasileiro, “O Rei da Noite” (1975), de Hector Babenco, como uma das três irmãs apaixonadas pelo personagem-título, vivido por Paulo José.
A repercussão do filme de Babenco lhe abriu as portas da rede Globo, onde foi logo escalada para viver seu papel mais famoso, como Joana D’Arc, a Daquinha, fazendo par romântico com Tony Ferreira na novela de época “Estúpido Cupido” (1976), sobre a juventude rebelde dos anos 1950.
Sua carreira televisiva seguiu curiosa, indo enfrentar o Conde Drácula (ou melhor, Vladimir, vivido por Rubens de Falco) em “Um Homem Muito Especial” (1980), novela gótica romântica da Bandeirantes. Ao retornar para a Globo, conquistou destaque em parcerias com o autor de novelas Carlos Lombardi, que explorou seu lado cômico em papéis exóticos, como a enfermeira Theda Bara de “Vereda Tropical” (1984), a Dominatrix de “Uga Uga” (2000) e Vicky em “Kubanacan” (2003). Ela também participou das minisséries “Primo Basílio” (1988) e “Memorial de Maria Moura” (1994), antes de viver a governanta Helga da novela “Florbella” (na Band, em 2005) e a Mulher Barbada do “Sítio do Pica-Pau Amarelo” (2005-2007)
Paralelamente, seguiu fazendo teatro e cinema, alternando dramas importantes como “Romance da Empregada” (1987), de Bruno Barreto, e “O Homem do Ano”, de José Henrique Fonseca, com projetos mais comerciais, entre eles “Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas” (2002), e “Mais Uma Vez Amor” (2005), em que voltou a se reunir com Lombardi.
Seu último trabalho foi na comédia “Amanhã Nunca Mais” (2011), de Tadeu Jungle. Como a sogra do protagonista, vivido por Lázaro Ramos, foi responsável pelas melhores tiradas da produção.