Globo quer Alice Braga e Rodrigo Santoro em minissérie histórica sobre o holocausto - Pipoca Moderna

Globo quer Alice Braga e Rodrigo Santoro em minissérie histórica sobre o holocausto

A Globo quer juntar dois dos atores brasileiros mais bem-sucedidos de Hollywood numa minissérie histórica sobre o holocausto. A emissora carioca quer contar com Alice Braga no papel principal, e Rodrigo Santoro […]

A Globo quer juntar dois dos atores brasileiros mais bem-sucedidos de Hollywood numa minissérie histórica sobre o holocausto. A emissora carioca quer contar com Alice Braga no papel principal, e Rodrigo Santoro no elenco de “O Anjo de Hamburgo” (título de trabalho), dramatização da história de Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa (1908-2011), a brasileira que salvou cerca de 200 famílias de judeus da prisão e da morte na Alemanha nazista.

O roteiro está sendo escrito por Mário Teixeira, autor de “Liberdade, Liberdade”, e a direção-geral está a cargo de Jayme Monjardim, que filmou “Olga” (2004), sobre Olga Benário Prestes, morta em 1942 justamente em um campo de extermínio nazista.

A Globo tenta conciliar as agendas dos dois atores nos EUA para planejar as gravações da minissérie, que aconteceriam no ano que vem, visando uma estreia em 2018. Segundo o blog Notícias da TV, eles já leram o material de apresentação da obra e ficaram entusiasmados.

Alice estrela a série “The Queen of South” (A Rainha do Sul) no canal pago americano USA Network e Santoro está no elenco de “Westworld”, do HBO. Ambas as séries foram renovadas, mas isso não os impede de fazer outros trabalhos.

Aracy foi casada com o escritor João Guimarães Rosa (1908-1967), que dedicou a ela o clássico literário “Grande Sertão: Veredas”, lançado em 1956. Era católica praticante, filha de pai português e mãe alemã. Poliglota, virou secretária do consulado brasileiro em Hamburgo, por onde emitiu vistos para judeus perseguidos pelo nazismo migrarem para o Brasil. Em alguns casos, ainda os ajudava a sair da Alemanha, às vezes usando seu próprio carro.

Fez isso clandestinamente e sob alto risco, entre os anos 1930 e 1940.

Na época, inclusive, vigorava uma circular do governo brasileiro que recomendava o veto à entrada de judeus no país.

Seu heroísmo foi reconhecido pela comunidade judaica, que a homenageou em 1982. Seu nome está registrado no memorial das vítimas do Holocausto, em Israel, e no Museu do Holocausto de Washington.

Foi, por sinal, graças à esta ação humanitária que Aracy se aproximou de Guimarães Rosa, que foi cônsul-adjunto em Hamburgo. Embora não tenha sido revelado, é provável que Santoro esteja sendo cotado para viver o escritor.