Um balanço do circuito Spcine estima que 250 mil pessoas assistiram filmes em alguma das suas 18 salas desde março, quando foi inaugurado. Os números serão divulgados oficialmente na quarta (16/11) na Expocine, feira do setor, mas foram antecipados pelo jornal Folha de S. Paulo.
Mantido pela Prefeitura de São Paulo em CEUs (Centros Educacionais Unificados) e centros culturais, o circuito têm sessões às quartas, quintas e domingos. Nos CEUs, elas são gratuitas. E isto tem sido criticado por gerar custos. A Secretaria de Educação acabou incluindo em seu orçamento cerca de R$ 5 milhões anuais para a manutenção das salas, transporte do HD dos filmes e o aluguel desses títulos.
A ideia de não cobrar ingressos é criticada por Sérgio Sá Leitão, ex-presidente da RioFilme, empresa que fez da capital fluminense a cidade mais atrativa para o audiovisual e que inspirou a Spcine. “A receita é o que assegura a continuidade do serviço”, disse Sá Leitão à Folha. “O sistema não pode depender do Estado. Imagine como fica numa situação como a da crise do governo estadual do Rio”.
Também foi necessário ajustar a meta de expansão. Em março de 2015, quando o circuito da Spcine foi anunciado, a prefeitura tinha planos de implantar 83 salas até o fim da gestão de Haddad. No momento, só estão previstas mais duas, na Cidade Tiradentes e no Ipiranga, devem ser inauguradas até o fim do ano.
O circuito exibidor, porém, é apenas um dos braços da Spcine, empresa municipal criada em janeiro de 2015 que também atua na produção e na distribuição do audiovisual na cidade. À época de seu lançamento, com orçamento previsto de R$ 65 milhões, a Spcine contava com uma verba de R$ 25 milhões que viria do governo estadual, mas que nunca veio.
Segundo o atual secretário estadual de Cultura, José Eduardo Sadek, a burocracia e a crise econômica foram entraves que levaram ao recuo. “É complicado tecnicamente: não há como o governo entrar numa empresa sem o aval da Assembleia”, diz Sadek à Folha. “E hoje a queda da arrecadação é catastrófica. O nosso interesse é manter o que está funcionando.”
Procurado, o prefeito eleito João Doria informou, via assessoria, que o futuro da Spcine ainda não foi discutido pelo grupo de transição.