A animação “Trolls” é o maior lançamento da semana, com distribuição em 862 salas, das quais 550 em 3D. Fato raro, terá diversas cópias legendadas. Isto porque é um musical e tem diversos cantores famosos em seu elenco de vozes, como Justin Timberlake e Gwen Stefani. Na versão brasileira, as vozes são da cantora Jullie e do blogueiro Hugo Gloss.
Quase psicodélico, o filme leva para os cinemas aqueles bonecos de cabelos arrepiados que viraram febre nos anos 1960 e tiveram um grande revival há 20 anos. Seu criador, o lenhador dinamarquês Thomas Dam, concebeu os bichos feios como presente para sua filhinha em 1959, batizando-os de Trolls.
Na história, os Trolls vivem num estado de eterna felicidade, cantando, dançando e se abraçando o dia todo, exceto o personagem mau-humorado de Timberlake. Um dia, eles são descobertos pelos Bergens, que percebem que podem ser felizes por um instante se comerem um Troll. O resultado é um dos melhores desenhos do estúdio DreamWorks Animation, quase tão divertido quanto o primeiro “Shrek” (2001), também estrelado por um troll simpático. O lançamento nos EUA só acontece na semana que vem, mas a crítica americana já viu e amou, com 85% de aprovação na nota média do site Rotten Tomatoes.
A opção dos shoppings para o público mais adulto é “A Garota no Trem”, suspense baseado em best-seller que chegou a ser comparado com “A Garota Exemplar”. Mas as duas garotas acabaram se revelando bem diferentes. O novo filme, estrelado por Emily Blunt (“O Caçador e a Rainha do Gelo”), vem tendo um desempenho modesto nas bilheterias e diante da crítica – apenas 44% de aprovação. A trama gira em torno de um assassinato que a protagonista pode ter testemunhado ou cometido. As reviravoltas, porém, não chegam a surpreender. Estreia em 318 salas.
Quer ver um thriller realmente bom? Só se morar no Rio, cidade que vai receber, com exclusividade e somente em duas salas, o melhor lançamento da semana. O noir sul-coreano “Um Dia Difícil” é daqueles filmes especiais, capazes de, ao mesmo tempo, fazer o espectador pular da cadeira de tensão e rolar para baixo dela de tanto rir. A história insana acompanha um policial corrupto, que após tentar encobrir um acidente de carro que matou um homem, é perseguido pela suposta testemunha do crime. A partir daí, a ação não pára. Nem os absurdos. O diretor Kim Seong-hun tem o senso de humor dos irmãos Coen para retratar situações criminais. Apesar de novato, é um nome que o cinéfilo precisa anotar.
Fãs de besteirol (a gente sabe que existem) podem conferir outro lançamento asiático com mais facilidade: a nova comédia de ação de Jackie Chan, de volta a seu papel de sempre, como um detetive de Hong Kong que se junta a um americano para derrubar um mafioso chinês. Mas não se trata de “A Hora do Rush 4”, porque o comediante americano desta vez é branco, Johnny Knoxville (“Jackass”), e o filme se chama “Fora do Rumo”. Em 140 salas.
Em circuito limitado, o terror “Satânico” chama atenção por ser estrelado por Sarah Hyland (uma das meninas da série “Modern Family”) e contar com desaprovação unânime no Rotten Tomatoes (só críticas negativas num total de 0% de recomendação). Tenha medo de suas 25 salas.
“Amnésia” marca a volta do veterano cineasta Barbet Schroeder à praia de Ibiza, onde ele filmou o psicodélico “More”, com trilha do Pink Floyd em 1969. A trilha, agora, é a música eletrônica dos anos 1990, e a trama é inspirada pela vida da mãe do diretor, uma alemã que, por causa do nazismo, mudou de país e pelo resto da vida se recusou a falar alemão ou consumir qualquer produto fabricado na Alemanha, até que um DJ de Berlim aluga um quarto em sua casa, visando estourar na famosa cena musical de Ibiza. Exibido no último Festival do Rio, entra em 18 salas de sete capitais, além de Campinas.
Completam o circuito o belo e vazio drama brasileiro “Jonas”, com Jesuíta Barbosa, Chay Suede, o rapper Criolo e Laura Neiva mais linda que nunca em 13 salas, o romance gay holandês “Boys”, em uma sala no Rio e outra em Brasília, e o documentário “Epidemia de Cores”, apenas no Espaço Itaú Botafogo, no Rio.