Game of Thrones vence o Emmy mais nerd de todos os tempos e bate recorde de prêmios

A série “Game of Thrones” entrou para a história do Emmy com os três troféus conquistados na 68ª edição anual da premiação da Academia da Televisão dos EUA. Realizada na noite de […]

A série “Game of Thrones” entrou para a história do Emmy com os três troféus conquistados na 68ª edição anual da premiação da Academia da Televisão dos EUA. Realizada na noite de domingo (18/9), a cerimônia apresentada por Jimmy Kimmel foi marcada pelo domínio de algumas produções óbvias, mas também por vitórias surpreendentes de artistas em suas primeiras indicações e o reconhecimento de séries de perfil nerd.

Após ter vencido nove troféus “técnicos” na premiação preliminar no fim de semana passado, “Game of Thrones” celebrou seu feito histórico ao vencer as categorias de Melhor Roteiro (para os criadores David Benioff e D.B. Weiss), Melhor Direção (para Michael Saposnick pelo sensacional episódio da “Batalha dos Bastardos”) e ainda levou a cereja do bolo, como Melhor Série Dramática pelo segundo ano consecutivo.

Com isso, chegou a 12 troféus da Academia da Televisão em 2016, somando um total de 38 estatuetas ao longo de suas seis temporadas. A marca é recorde. Com ela, “Game of Thrones” superou a comédia “Frasier”, que tinha 37 prêmios, e virou a série mais premiada de todos os tempos no Emmy.

Mas não foi a produção mais premiada da noite. A honra coube a “The People vs. O.J. Simpson – American Crime Story”, que monopolizou a categoria de série limitada, vencendo cinco de sete Emmys possíveis. A reconstituição do julgamento de O.J. Simpson levou as estatuetas de Melhor Série Limitada, Melhor Roteiro (D.V. DeVincentis), Ator (Courtney B. Vance), Atriz (Sarah Paulson) e Ator Coadjuvante (Sterling K. Brown).

Entre as produções de comédia houve mais equilíbrio, com “Veep” e “Transparent” recebendo dois Emmys cada, nas categorias em que eram mais fortes. “Veep” levou como Melhor Série de Comédia e Atriz (Julia Louis-Dreyfus pela quinta vez consecutiva!), enquanto “Transparent” por Melhor Direção (da criadora Jill Solloway) e Ator (Jeffrey Tambor pela segunda vez).

Pode-se considerar que todos esses prêmios eram mais ou menos esperados. Entretanto, o Emmy preparou algumas surpresas impactantes ao longo da noite. Em vez dos nomes de sempre, alguns rostos diferentes subiram no palco do Microsoft Theater para receber os primeiros Emmys de suas vidas.

A renovação começou sem muito alarde com a premiação de Louie Anderson, Melhor Ator Coadjuvante de Comédia pela série “Baskets”, e foi dando sustinhos, com Kate McKinnon, levando seu troféu de Melhor Atriz Coadjuvante de Comédia por “Saturday Night Live”, e por a dupla Aziz Ansari e Alan Yang tirar do óbvio a competição de Melhor Roteiro de Comédia com sua conquista por “Master Of None”.

Entre as séries limitadas, a dinamarquesa Susanne Bier (que já tem um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por “Em um Mundo Melhor”) impediu a hegemonia de “The People vs. O.J. Simpson” ao conquistar o Emmy de Melhor Direção da categoria por “Night Manager” – anunciado pelo próprio ator da minissérie, Tom Hiddleston. Outra produção britânica, um episódio especial da série “Sherlock”, da BBC, surpreendeu ao vencer como Melhor Telefilme, um feudo histórico da HBO.

Mas ainda vale lembrar que, entre os intérpretes de Série Limitada ou Telefilme, só Regina King tinha um Emmy no currículo, vencido no ano passado – na mesma categoria de Melhor Atriz Coadjuvante e pela mesma série “American Crime”. Dentre os três atores premiados por “The People vs. O.J. Simpson”, dois debutaram no Emmy com suas vitórias. E nem mesmo Sarah Paulson tinha vencido antes, apesar de ter angariado quatro indicações em anos anteriores.

Os momentos de cair o queixo, porém, ficaram por conta das premiações dos intérpretes das séries dramáticas. Ao receber o primeiro Emmy na primeira indicação da carreira, Rami Malek, protagonista de “Mr. Robot”, chegou a brincar, indagando se todos estavam vendo o que ele estava vendo, numa referência à própria série.

Mais surpresa só Tatiana Maslany. A excepcional intérprete de “Orphan Black” estava distraída, com o celular na mão, quando seu Emmy de Melhor Atriz foi anunciado e, sem ter feito cola com agradecimentos, contou com notas escritas no dito e possivelmente mensagens de texto com os nomes que precisava lembrar, num improviso tecnológico digno da trama de sua série.

“Game of Thrones” pode ter batido recorde, mas Tatiana também fez história, como a primeira atriz de série sci-fi premiada no Emmy. Interpretando oito personagens diferentes na temporada, ela dá um show de caracterização que nem os comediantes de esquetes conseguem superar. Por isso, o Emmy mais inesperado foi também o mais merecido de toda a noite.

Foi também uma autêntica vingança dos nerds. Durante anos considerado um prêmio distante do público jovem, voltado a produções de audiência mais adulta (da meia-idade, na verdade), o Emmy 2016 premiou séries de forte apelo juvenil e perfil geek, a começar pelo próprio “Game of Thrones” e sem esquecer, obviamente, de “Orphan Black” e “Mr. Robot”, mas também entram nesse nicho “Sherlock” e “The Night Manager”.

“The People vs. O.J. Simpson” à parte, por ser um fenômeno tipicamente americano, quem poderia imaginar que as séries mais maduras do Emmy 2016 viriam a ser as comédias?

Confira abaixo a lista completa dos premiados.

VENCEDORES DO EMMY 2016

MELHOR SÉRIE DRAMÁTICA
“Game of Thrones”

MELHOR SÉRIE DE COMÉDIA
“Veep”

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DRAMÁTICA
Tatiana Maslany (“Orphan Black”)

MELHOR ATOR EM SÉRIE DRAMÁTICA
Rami Malek (“Mr. Robot”)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Ben Mendelsohn (“Bloodline”)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DRAMÁTICA
Maggie Smith (“Downton Abbey”)

MELHOR DIREÇÃO EM SÉRIE DRAMÁTICA
David Benioff e D.B. Weiss (“Game Of Thrones”)

MELHOR ROTEIRO EM SÉRIE DRAMÁTICA
Miguel Sapochnik (“Game Of Thrones”)

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE DE COMÉDIA
Julia Louis-Dreyfus (“Veep”)

MELHOR ATOR EM SÉRIE DE COMÉDIA
Jeffrey Tambor (“Transparent”)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Kate McKinnon (“Saturday Night Live”)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE DE COMÉDIA
Louie Anderson (“Baskets”)

MELHOR DIREÇÃO EM SÉRIE DE COMÉDIA
Jill Solloway (“Transparent”)

MELHOR ROTEIRO EM SÉRIE DE COMÉDIA
Aziz Ansari e Alan Yang (“Master Of None”)

MELHOR TELEFILME
“Sherlock: The Abominable Bride”

MELHOR SÉRIE LIMITADA
“People Vs OJ Simpson”

MELHOR ATRIZ EM SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME
Sarah Paulson (“The People vs. O.J. Simpson”)

MELHOR ATOR EM SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME
Courtney B. Vance (“The People vs. O.J. Simpson”)

MELHOR ATOR COADJUVANTE EM SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME
Sterling K. Brown (“The People v. O.J. Simpson”)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE EM SÉRIE LIMITADA OU TELEFILME
Regina King (“American Crime”)

MELHOR DIREÇÃO EM SÉRIE LIMITADA
Susanne Bier (“The Night Manager”)

MELHOR ROTEIRO EM SÉRIE LIMITADA
D.V. DeVincentis (“The People v. O.J. Simpson”)

MELHOR SÉRIE DE ESQUETES
“Key & Peele”

MELHOR REALITY SHOW
“The Voice”

MELHOR PROGRAMA DE VARIEDADES
“Last Week Tonight with John Oliver”

MELHOR DIREÇÃO EM ESPECIAL DE VARIEDADES
Thomas Kail E Alex Rudzinski (“Grease: Live”)

MELHOR ROTEIRO EM ESPECIAL DE VARIEDADES
Patton Oswalt (“Patton Oswalt: Talking For Clapping”)