Nerve – Um Jogo sem Regras parte de boa premissa para se perder pelo caminho

A ideia do filme, baseada em um romance de Jeanne Ryan, é até interessante, mas infelizmente “Nerve – Um Jogo sem Regras” se perde ao longo de sua narrativa e é concluído […]

A ideia do filme, baseada em um romance de Jeanne Ryan, é até interessante, mas infelizmente “Nerve – Um Jogo sem Regras” se perde ao longo de sua narrativa e é concluído de maneira pouco satisfatória, embora consiga entreter graças, principalmente, ao carisma do par central, vivido por Emma Roberts (série “Scream Queens”) e Dave Franco (“Vizinhos”).

Quem gostou do trabalho da dupla Henry Joost e Ariel Schulman em “Atividade Paranormal 3” (2011), o melhor filme da franquia, pode até ter ficado com alguma expectativa, já que o novo trabalho não se distancia tanto assim da febre dos filmes de “found footage”. Isso porque a perspectiva da câmera, como elemento consciente, está presente no novo trabalho da dupla, ainda que de maneira diferente, inserida numa estrutura mais convencional.

O filme nos apresenta a Vee (Roberts), uma moça tímida que costuma ficar na dela e sofre bullying da amiga Sydney (Emily Meade, de “Jogo do Dinheiro”), uma garota que gosta de se mostrar e por isso adere ao jogo sensação daquele ano de 2020, o Nerve, em que os jogadores devem chamar o máximo da atenção da audiência, a fim de ganhar mais pontos e um bom dinheiro no banco.

O jogo não deixa de lembrar um pouco a obsessão por curtidas nos facebooks e youtubes da vida dos dias atuais. Logo, envolve uma carência por atenção da parte de quem se aventura a se mostrar para o mundo. Como o jogo é uma espécie de “truth or dare” mais radical, logo, no começo, somos pegos de surpresa com a Sydney fazendo uma pequena ousadia, que deixa Vee de boca aberta.

Mal sabe ela que, em poucos minutos, ela mesma ganhará impulso para ser também uma jogadora do Nerve, encontrará um sujeito que lhe despertará certo fascínio (Franco), e fará coisas muito mais ousadas do que sua amiga. Uma pena que, à medida que a brincadeira vai ficando mais pesada, mais o filme perde seu envolvimento, perdendo interesse de modo crescente. Talvez um pouco mais de criatividade por parte dos diretores e da roteirista Jessica Sharzer (da série “American Horror Story”) pudesse salvar a trama, que, após sua conclusão, tem apenas um destino: o rápido esquecimento.

Além do mais, nessa época em que o terror tecnológico conta com uma série tão brilhante quanto “Black Mirror”, é difícil ser tolerante com quem tem orçamento de cinema para explorar o gênero e apresenta um resultado bem inferior.