O filme colombiano “O Abraço da Serpente” foi o grande vencedor da terceira edição dos Prêmios Platino de Cinema Ibero-Americano. O terceiro longa de Ciro Guerra (“As Viagens do Vento”) levou sete prêmios, incluindo Melhor Filme e Direção, no evento que busca se firmar como um Oscar do cinema falado em espanhol e português.
“Compartilho este prêmio com as comunidades amazônicas que nos abriram seu mundo”, disse Ciro Guerra em seu agradecimento.
Filmado em preto e branco, o filme se baseia em relatos de dois cientistas e exploradores da região amazônica e acompanha a história de um índio em dois tempos: na juventude em que desconfiava dos brancos e numa idade mais avançada, quando se tornou um xamã desiludido (leia a crítica completa).
Das oito categorias em que estava indicado, “O Abraço da Serpente” não levou apenas o prêmio de Melhor Roteiro, vencido pelo chileno “O Clube”, escrito por Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel Villalobos. As demais vitórias aconteceram nas chamadas categorias técnicas – Melhor Fotografia, Edição, Direção de Arte, Som e Música Original.
O cinema argentino também foi comemorado nas categorias de atuação, com os prêmios para Dolores Fonzi por seu papel em “Paulina” e para Guillermo Francella em “O Clã”. Além disso, Ricardo Darín foi ovacionado pelos cerca de 2 mil espectadores presentes na festa quando subiu ao palco para receber o troféu especial Platino de Honra por sua carreira.
Nenhum filme brasileiro concorria à premiação, que aconteceu no domingo (24/7) no Centro de Convenções de Punta del Este, no Uruguai. Mesmo assim, “Que Horas Ela Volta?”, de Anna Muylaert levou um prêmio fora de competição. Entregue pela vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 1992, a guatemalteca Rigoberta Menchú, o drama nacional recebeu o Prêmio Platino de Cinema e Educação em Valore.
Vencedores do Prêmio Platino 2016
Melhor filme
“O abraço da serpente” (Colômbina, Venezuela e Argentina)
Melhor diretor
Ciro Guerra (“O abraço da serpente”)
Melhor ator
Guillermo Francella (“O clã”)
Melhor atriz
Dolores Fonzi (“Paulina”)
Melhor roteiro
Pablo Larraín, Guillermo Calderón e Daniel Villalobos (“O clube”)
Melhor animação
“No Mundo da Lua” (Espanha)
Melhor documentário
“O Botão de Pérola” (Chile e Espanha)
Melhor edição
Etienne Boussac e Cristina Gallego (“O abraço da serpente”)
Melhor direção de arte
Angélica Perea (“O abraço da serpente”)
Melhor direção de fotografia
Carlos García e Marco Salavarria (“O abraço da serpente”)
Melhor música original
Nascuy Linares (“O abraço da serpente”)
Melhor direção de som
Carlos García e Marco Salaverría (“O abraço da serpente”)
Melhor filme de diretor estreante
“Ixcanul” (Guatemala)